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O mundo do cinema e da literatura perdeu um grande nome na última quinta-feira, dia 27 de julho. Sam Shepard, indicado ao Oscar pelo filme Os Eleitos e um dos escritores mais aclamados de sua geração, morreu aos 73 anos de idade, após complicações da esclerose lateral amiotrófica. Porém, se a divulgação de que o artista sofria com a doença pegou de surpresa os fãs e a mídia, entre os amigos mais próximos não era segredo nenhum.
Jeff Nichols, que dirigiu Shepard nos longas Amor Bandido, com Matthew McConaughey, e na ficção científica Destino Especial, contou para a People como recebeu a notícia e que, mesmo conhecendo o artista há algum tempo, também ficou surpreso com sua versatilidade:
– Eu sabia que Sam estava doente, então não foi o maior choque. Mas comecei a ler as notícias e imediatamente fui atingido pela densidade de sua biografia. Eles estavam falando sobre ele tocando bateria e fazendo uma turnê com Bob Dylan, e imediatamente recebi o mesmo sentimento que tive pela primeira vez que nos conhecemos: Essa conversa é demais para mim.
Mas o diretor logo falou que a impressão de que Shepard era muito além se esvaiu com a simpatia do ator:
– Eu tive tanta sorte que, a partir daí, ele me tratou como um amigo. Quando falamos, ele queria falar sobre os livros que eu estava lendo, quais filmes eu estava vendo, tudo isso. Esse peso que me incomodaria simplesmente evaporaria.
Mesmo depois que a doença piorou, o papo entre os amigos não era sobre saúde, conta Nichols:
– Ele tinha coisas mais importantes para falar. Ele queria falar sobre seu filme, ele não queria perder tempo falando sobre isso. Penso que se eu tivesse perguntado sobre isso, ele teria falado comigo. Não pareceu algo que ele estava tentando esconder das pessoas ou algo assim, senti que ele tinha apenas coisas mais importantes para fazer.