*Matéria produzida por Davi Setim, estudante da Escola Americana de Vitória, com supervisão das editoras Elisa Rangel e Maeli Radis.
Há exatamente 40 anos, em 13 de julho de 1985, Londres foi palco de um dos eventos mais marcantes da história da música: o Live Aid. Com o objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia, o megafestival reuniu grandes nomes do rock internacional, como Phil Colins, Sting, David Bowie, The Beach Boys, U2, Madonna, Elton John, Paul McCartney e Mick Jagger.
Leia também
Transmitido para mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, o festival transcendeu o entretenimento e a música — e consolidou o rock como mais que um gênero: tornou-se símbolo de atitude, coletividade e lifestyle.
Todo esse simbolismo concretizado pelo evento fez com que essa data ficasse marcada na história como o Dia Mundial do Rock — comemorado todo ano no dia 13 de julho.
O curioso é que, apesar da dimensão internacional do Live Aid, Dia “Mundial” do Rock é uma celebração puramente brasileira.
A sugestão de transformar a data em um marco global veio do músico britânico Phil Collins, mas a ideia nunca chegou a ser oficialmente reconhecida em escala internacional.
Foi no Brasil, por meio da adesão de duas rádios paulistanas ainda nos anos 1990, que a homenagem se consolidou no calendário cultural.
E não é para menos: o rock é um dos pilares da música contemporânea. Do blues elétrico ao punk, do hard rock ao grunge, o estilo deu origem a subgêneros diversos e influenciou movimentos sociais, comportamentos e até formas de vestir.
É difícil pensar nos anos 1970 sem imaginar os cabelos longos e os jeans rasgados; nos anos 1980 sem o couro e o exagero das guitarras; ou nos anos 1990 sem o peso introspectivo das bandas alternativas.
Para celebrar a data, convidamos o radialista Serjão Nascimento, coordenador artístico das rádios da Rede Vitória e vocalista da banda Lordose Pra Leão, para fazer uma curadoria especial com os grandes clássicos do rock — internacionais, nacionais e também capixabas.
O rock tem essa força porque fala diretamente com o que a gente sente. Não é sobre rebeldia sem causa, é sobre autenticidade. Você ouve uma música do Queen, dos Beatles ou do Deep Purple e entende o espírito da época.
Serjão Nascimento
Segundo ele, o gênero mantém sua relevância mesmo com as transformações da indústria musical, sobretudo por sua capacidade de reinvenção: “Tem muita banda boa surgindo, inclusive no Espírito Santo. O rock ainda pulsa, mesmo que fora do mainstream”.
Conversamos também com Fagner Entringer, vocalista e baixista da banda capixaba Limbo7. Ele nos contou que o rock teve um papel transformador em sua vida desde a infância.
Enfrentando bullying, dificuldades escolares e um contexto familiar bastante rígido, Fagner encontrou na música um espaço de acolhimento e expressão. “Foi algo que me ajudou a entender quem eu era e a perceber que não havia nada de errado comigo”, diz.
A partir dessa experiência pessoal, decidiu fundar a Limbo7, projeto que hoje leva para os palcos uma mistura singular de rock com elementos da cultura brasileira, como funk, samba e percussões regionais.
As letras da banda buscam tratar temas como autoaceitação, vida em comunidade e resistência a opressões cotidianas — temas que, de acordo com o baixista, ainda são pouco discutidos na cena.
Confira seleção de 30 músicas (e extras)
Agora, confira a seleção completa, em ordem alfabética, de 30 músicas essenciais para comemorar o Dia Mundial do Rock — uma lista para ouvir no volume máximo.
A seleção abrange desde faixas que fizeram história nos anos dourados do vinil até sucessos que viralizam nas plataformas digitais hoje, sem perder a essência do que é ser rock’n roll. Englobando artistas como a pimentinha Rita Lee, o eterno poeta Cazuza, e os lendários Beatles.
Prepare o som, vista a jaqueta e ouça como se estivesse na primeira fila de um show inesquecível.
ROCK INTERNACIONAL
“Another Brick in The Wall” – Pink Floyd
“Back in Black” – AC/DC
“Bohemian Rhapsody” – Queen
“Hotel California” – Eagles
“Let it Be” – The Beatles
“Paranoid” – Black Sabbath
“Satisfaction (I can’t get no)” – The Rolling Stones
“Smells Like Teen Spirit” – Nirvana
“Smoke on the Water” – Deep Purple
“Stairway to Heaven” – Led Zeppelin
Menção Honrosa:
“Blitzkrieg Bop” – Ramones
“London Calling” – The Clash
ROCK NACIONAL
“A Cidade” – Chico Science e Nação Zumbi
“Alagados” – Paralamas do Sucesso
“Bichos Escrotos” – Titãs
“Deus Lhe Pague” – Chico Buarque
“Ouro de Tolo” – Raul Seixas
“Ovelha Negra” – Rita Lee
“Panis et Circenses” – Os Mutantes
“Pro Dia Nascer Feliz” – Cazuza
“Sangue Latino” – Secos e Molhados
“Tempo Perdido” – Legião Urbana
Menção Honrosa:
“Admirável Chip Novo” – Pitty
“Lugar Ao Sol” – Charlie Brown Jr.
“Esse Tal de Roque Enrow” — Rita Lee
ROCK CAPIXABA
“Agite Antes de Usar” – Os Mamíferos
“Amanda Blues” – Big Bat Blues Band
“A Terra Prometida” – Pé do Lixo
“Dos Sujos” – Solana
“Festa no Céu” – Urublues
“Filme de Terror” – Sergio Sampaio
“I Came Across a Vision” – The Muddy Brothers
“Jullysetsh” – Lordose pra Leão
“Minha Escolinha” – Mukeka di Rato
“Sonho Médio” – Dead Fish
Menção Honrosa:
“Todas as Pedras” – Alexandre Lima
“Inverno” – Símios
“Inflamado” – Limbo7
Ouça todas as músicas na playlist abaixo
Equipe de Jornalismo
Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.
