
O presidente do Miss Universo, Raul Rocha Cantú, revelou que a Miss Costa do Marfim, Olivia Yacé, não levou a coroa devido a problemas com o visto e mobilidade global.
Em entrevista à jornalista Adela Micha, ele alegou que possuir um passaporte da Costa do Marfim representava um obstáculo em relação às obrigatoriedades de Miss Universo.
“A Costa do Marfim precisa… Pesquise no Google… Quantos países exigem visto para entrar? 175. O trabalho é por um ano como Miss Universo, 175 países exigem visto da Costa do Marfim. Queremos que ela seja a Miss Universo, aquela que mais viaja e tem mais contato com pessoas do mundo todo. Bom, se 175 países exigem visto, é meio difícil, não é?”, explicou.
“Ela vai ser a Miss Universo que passou um ano inteiro num apartamento por causa do custo do processo de visto com advogados. Alguns exigem seis meses de antecedência. O ano já passou, não é?”.
Além disso, Cantú afirmou que “beleza ou charme não são suficientes para definir o vencedor” e que fatores como mobilidade, logística e presença internacional são extremamente importantes para o cargo.
Yacé ficou em quinto lugar e era uma das favoritas pelo público e pelo júri internacional.
O executivo também declarou que a Miss Universo, Fátima Bosch, conquistou três milhões de seguidores em uma semana, um recorde nunca antes visto para uma Miss Universo mexicana ou internacional recente.

A Miss Guadalupe, Ophély Mézino, que ficou entre as 12 finalistas do concurso, mostrou indignação em suas redes sociais pelos comentários do presidente, afirmando que o tema do visto é uma “desculpa racista”.
“Vocês estão tentando encontrar uma desculpa racista para o fato de não terem escolhido alguém altamente qualificado para este trabalho? Vocês sequer leem nossas biografias quando enviamos todas as informações para o visto? […] Vocês roubam o dinheiro de pequenos territórios”, disse.
E continua: “Vocês roubam a esperança de milhões de pessoas que não entendem por que não estão no Top 30/12/5. Essa é a pior desculpa que já ouvi. Eu acompanho concursos de beleza há uma década. Isso é uma humilhação, uma falta de respeito pelas candidatas, pelas famílias, pelos representantes que investiram tanta energia na sua marca. Como é possível desrespeitar esses países dessa forma?”.
Renúncia
Olivia Yacé renunciou ao cargo de Miss Costa do Marfim esta semana. Ela afirmou que a decisão de sair se deve ao fato de permanecer fiel aos seus valores.

Brigitta Schaback, Miss Estônia, também renunciou ao cargo, revelando que o motivo para a saída era um escândalo por trás do concurso.
Outra candidata que renunciou foi Camila Vitorino, Miss Portugal. Em seu texto, ela revela que com o passar do tempo percebeu que o que a organização espera de uma rainha não está alinhado ao seu propósito.
De acordo com Vitorino, em uma conversa entre a organização e os competidores, foi dito que a rainha reinante não tinha namorado porque não tinha tempo.
Notícias apontavam uma possível fraude no concurso, envolvendo um contrato milionário assinado com uma empresa ligada ao pai da vencedora. Fátima Bosch foi coroada no último dia 21.
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos, com informações do portal Hugo Gloss.