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Estreia filme 'Órfãos do Eldorado', inspirado no livro de Milton Hatoum

Estreia filme ‘Órfãos do Eldorado’, inspirado no livro de Milton Hatoum Estreia filme ‘Órfãos do Eldorado’, inspirado no livro de Milton Hatoum Estreia filme ‘Órfãos do Eldorado’, inspirado no livro de Milton Hatoum Estreia filme ‘Órfãos do Eldorado’, inspirado no livro de Milton Hatoum

São Paulo – Diretor de um importante documentário (Fala Tu, que destrincha o rap carioca a partir do cotidiano de três pessoas da zona norte do Rio de Janeiro), Guilherme Coelho preparava um novo projeto – filme sobre a trajetória de seu avô em Belém do Pará – quando a indicação literária feita por uma amiga mudou radicalmente seus planos. “Comecei a ler Órfãos do Eldorado, do Milton Hatoum, e descobri ali um desafio cinematográfico”, conta ele. “O texto é introspectivo, carregado de imagens e sons, além de mostrar uma forte presença da natureza.”

A impressão foi tão forte que Coelho decidiu estrear na ficção cinematográfica com tamanha empreitada. O processo foi longo – mais de cinco anos -, até finalmente o longa ficar pronto e, nesta quinta-feira, 12, Órfãos do Eldorado estreia com 30 cópias em cinco capitais, a começar por São Paulo. E o filme chega com a aprovação de Hatoum. “Ele é corajoso – escolheu adaptar um dos meus livros mais difíceis”, disse o colunista do Caderno 2, em encontro com o cineasta especialmente promovido pelo jornal.

Órfãos do Eldorado é um mergulho na mente de Arminto Cordovil, um homem que volta para casa depois de muitos anos ausente. Surpreendido pela inesperada morte de seu pai, Arminto se vê obrigado a assumir os negócios da família, que, no passado, fez fortuna com o transporte de mercadorias pelo rio Amazonas. Aos poucos, no entanto, ele é consumido pelos fantasmas do passado e por suas grandes paixões: Florita, a mulher que o criou; e Dinaura, uma misteriosa cantora cuja aparição na cidade fulmina sua vida.

Estrelado por Daniel de Oliveira (Arminto) e Dira Paes (Florita), o filme não traz uma visão folclórica da região amazônica, o que era o principal temor de Hatoum. “Guilherme seguiu, de uma certa forma, a mesma linha de Iracema – Uma Transa Amazônica, que Jorge Bodanzky e Orlando Senna rodaram nos anos 1970 e que ficou anos proibido por justamente apresentar o impacto nas populações da selva amazônica provocado pela rodovia Transamazônica.”

A definição da cor, segundo o cineasta, foi essencial para a ambientação. “A tonalidade da casa, por exemplo, é o mesmo da pele da Dira”, afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.