''Somos Rock'' celebra gerações apaixonadas pelo rock em Vitória

O rock nunca foi apenas música, é memória, afeto e herança transmitida no coração das famílias. No Espírito Santo, esse elo ficará ainda mais forte neste sábado (4), quando o “Festival Somos Rock” , que acontece na Praça do Papa, promete reunir diferentes gerações em uma celebração que ultrapassa o tempo e reforça vínculos.

Entre as famílias que já vivem essa paixão está a de Bruna Dias de Carvalho Rafael, 40 anos, professora de Matemática, que estará no evento ao lado do marido, Christian Rafael, 45, professor de Língua Portuguesa, e da filha Maria Mariana, de apenas seis anos. Para eles, o rock se tornou parte da identidade familiar.

Bruna lembra que a música sempre acompanhou a relação do casal.

“Antes de nos casarmos, a gente já viajou muito, fomos em muitos festivais de rock”, conta Bruna. ”Nossa filha tem seis anos, né? Então quando a gente consegue um festival de rock, onde é possível ir uma criança menor de idade, a gente tenta proporcionar isso para ela e ela se diverte bastante.”

A chegada da filha trouxe novos significados para essa vivência. Bruna conta como o festival se transformou em um espaço de união.

“Nossa filha tem seis anos, né? Então quando a gente consegue um festival de rock, onde é possível ir uma criança menor de idade, a gente tenta proporcionar isso para ela e ela se diverte bastante.”

Relação de afeto com a música passada para filha

“Anunciação”, de Alceu Valença, em especial, marca essa relação de afeto com a música. A canção marcou o nascimento da filha e virou trilha afetiva da casa. ”Ela já teve apresentação na escola com essa música, ela canta essa música, então é uma canção que marcou o desenvolvimento dela.”

Sobre o que mais espera, Bruna não esconde a ansiedade. “A banda mais esperada será Nando Reis. Já vimos o show dele em outros momentos, mas sempre é muito bom rever.”

E olhando para o futuro, ela revela o desejo de que a filha siga transmitindo essa herança cultural.

“Bem, eu acredito, sim, que ela vá entender que foram momentos proporcionados para ela, e talvez ela até reproduza isso para os filhos dela, quando tiver na vida adulta. Queremos que ela tenha essas experiências também, assim como a gente proporciona experiências de rock, de orquestra, de escola de samba. Tentamos apresentar várias formas de cultura, cultura capixaba, para ela poder entender a nossa cultura pertinho da gente.”

Christian lembra que o amor pelo estilo começou na infância, ouvindo LPs da Legião Urbana com os irmãos. ”Eu acredito que o rock é transformador e libertador. O rock abraça todos. E é esse tipo de experiência que eu tento fazer minha filha viver: estar num lugar com gente diferente, ouvir músicas diferentes, transmitir a maior diversidade possível para ela” diz Christian.

Para ele, o rock vai além do som: é uma filosofia de vida.

“Eu acredito que o rock é transformador e libertador. O próprio símbolo do rock, a caveira, não tem cor, não tem tipo de cabelo, não tem peso. O rock abraça todos. E é esse tipo de experiência que eu tento fazer minha filha viver: estar num lugar com gente diferente, ouvir músicas diferentes, transmitir a maior diversidade possível para ela, e sempre acreditando que o rock liberta.”

Ele se emociona ao lembrar que seu primeiro show foi dos Titãs e que, agora, poderá ver Nando Reis com a filha: “Uma música que marcou muito a vinda da minha filha para a minha vida é ‘Para você guardar o amor’, do Nando Reis. Ele faz parte da primeira banda de rock que eu gostei, do primeiro show que eu fui por conta própria e da música que marcou ser pai.”

A pequena Maria Mariana, tímida mas empolgada, deixa sua expectativa registrada com simplicidade que emociona.

“Acho muito legal porque vou aprendendo a conhecer as músicas, os cantores e os grupos.”

Orgulho e tradição em cada acorde

Se em Vitória o rock se transforma em experiência de vida, em Juiz de Fora, Minas Gerais, ele começou como herança de irmãos mais velhos. Hoje, em terras capixabas, essa história segue com a família Guerra Costa.

Para Rachel Guerra, 47 anos, coordenadora de vendas, o festival é a prova de que a música uniu gerações.

“Desde a adolescência, por ter irmãos mais velhos, sempre ouvi rock. Os shows ao vivo eram muito frequentes em Juiz de Fora, então o amor só cresceu. Agora, fico muito feliz que meu filho goste do estilo musical da minha vida. Estar com ele no festival só mostra que ‘criei’ muito bem meus filhos.”

Entre tantas músicas que marcaram momentos, algumas se tornaram símbolos pessoais. Rachel abre o coração.

“Cada música marca uma fase e tem uma história por trás. Desde Legião Urbana, Barão Vermelho, CPM 22, Raimundos e, não menos importante, Jota Quest, que é minha playlist quase que diária. No festival queria muito ver CPM 22, mas a ansiedade vem forte para o The Calling, que vai ser minha primeira vez.”

E a conexão familiar não poderia ser diferente. “Em todas as reuniões de família a minha playlist faz sucesso, sempre! Amamos rock nacional! Sempre cantamos juntos.”

O filho Matheus Lamarca Guerra Costa, 27 anos, bacharel em Direito, cresceu ouvindo esse repertório em casa.

“Sempre fui muito eclético, escuto de tudo, mas minha mãe sempre ouviu rock nacional e internacional. Isso fez com que eu me apegasse a algumas bandas e artistas.”

Ele também guarda lembranças de infância ligadas às reuniões musicais. “Com certeza meus tios mais velhos cantando Legião, Jota Quest, Cazuza, Tim Maia…”

Sobre o festival, Matheus está empolgado com uma atração em especial. “Estou ansioso pra ver The Calling e ouvir Wherever You Will Go ao vivo. Não é todo dia que temos uma banda internacional desse naipe aqui em Vitória.”

Viver essa experiência ao lado da mãe, para ele, será único. “Significa um momento de lazer com a família, ouvindo grandes nomes do rock! Tenho certeza que vai ficar marcado.”

Ao pensar no poder do rock como elo entre gerações, Matheus reforça.

“Sempre em shows de rock eu vejo que é um estilo que atravessa gerações. Famílias inteiras juntas! Na minha família é só estar em alguma reunião que sempre chega a hora das clássicas do rock nacional e internacional.”

Mãe e filho definem o que o estilo representa para eles.

“Se o rock fosse uma herança de família, o bem mais precioso que ele deixaria seria a certeza de que música de qualidade atravessa gerações e que, em algum momento, a família vai se unir em alguma canção do rock. Jota Quest sempre está presente, Dias Melhores é uma que sempre toca. E imaginamos viver o rock daqui a alguns anos da mesma forma que vivemos hoje: em harmonia e felicidade, passando para as próximas gerações em um ciclo sem fim.”

Reunião de grandes nomes do gênero

O festival ”Somos Rock” começará a partir das 11h, na Praça do Papa, em Vitória nesta sábado (4), e promete um dia inteiro de celebração à música e à cultura do rock. Com um line-up de peso, o evento reunirá nomes consagrados como The Calling, Nando Reis, Jota Quest, Raimundos, CPM 22 e Debrix, além dos finalistas do Rock Day. A programação foi pensada para agradar públicos de todas as idades, misturando nostalgia, emoção e muita energia.

Além dos shows, o festival oferecerá uma estrutura completa de lazer e gastronomia, com uma ampla praça de alimentação que contará com opções variadas, desde hambúrgueres artesanais até doces e petiscos típicos. Para as famílias que desejam curtir o evento com tranquilidade, haverá também uma área kids, garantindo diversão e segurança para as crianças.

Outro destaque é a experiência exclusiva de Meet & Greet com o The Calling, que inclui pôster autografado, credencial oficial e foto com a banda norte-americana. A atividade é vendida separadamente e promete ser um dos momentos mais aguardados pelos fãs. Os ingressos estão disponíveis no site Zig Tickets com setores variados e valores a partir de R$ 130.