Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil

A falta de tempo é o principal obstáculo para o consumo de produtos culturais pelos brasileiros (33%). Em seguida, vem a falta de interesse (29%) e de dinheiro para o consumo (24%).

Os dados são da Pesquisa Nacional sobre Cultura no Brasil, apresentada nesta sexta-feira (5) no Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR+Ibero-América). O evento é realizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), na região central de Fortaleza, até domingo (7).

O estudo foi encomendado pelo Ministério da Cultura ao Instituto Nexus, que entrevistou 2.016 pessoas utilizando o mesmo método das pesquisas eleitorais, para que a amostra represente toda a população brasileira.

A ministra Margareth Menezes destacou que não existiam dados para guiar as políticas públicas do setor, e que o levantamento vai orientar os investimentos a partir de agora.

“Hoje existe uma disputa de espaço de mercado de trabalho, não só no Brasil, mas no mundo. E o Brasil tem muito a dar, se nós não nos adonarmos disso, produzirmos o que é nosso, da nossa terra, do nosso país, ficamos apenas como consumidores. A cultura é essa ponte para fortalecer essa soberania, você consegue expressar essa diversidade que é o povo brasileiro”, disse.

O setor cultural e artístico brasileiro merece esse respeito e precisa desse espaço e desse reconhecimento, para trazer a riqueza e fazer rodar a economia criativa em cada cidade, em cada estado. A cultura quem faz é o povo, o que a gente precisa fazer é ver o que precisa melhorar pra que o acontecimento cultural seja conduzido melhor

Margareth Menezes, ministra da Cultura.

Resultados

O diretor de Pesquisa do Instituto Nexus, André Jácomo, apresentou os dados. De acordo com ele, a população enxerga cultura como parte da formação histórica do país.

“Nas respostas notamos uma predominância de um sentido amplo para o termo cultura, como um conjunto de valores, crenças, hábitos e comportamentos. Bem como as tradições e costumes que formam a nossa identidade. Ninguém vive sem cultura, todo mundo tem um gosto pessoal, e a cultura é relacionada a nossa formação como povo.”

André Jácomo explicou que foram colhidos dados quantitativos e qualitativos, e os resultados foram surpreendentes.

A pesquisa aponta que a música é o produto cultural mais consumido, com 53%, seguido de filmes (52%) e séries (40%), ficando à frente das novelas, que são consumidas por 32% da população brasileira.

Levantamentos

Quanto à visita a equipamentos culturais nos 30 dias anteriores, 24% foram a shows ou festivais de música, 23% a cinemas, 15% a feiras ou festas literárias, 8% a bibliotecas e 7% a teatros.

Por outro lado, 47% não souberam ou não responderam a essa pergunta, indicando que quase a metade da população não visitou nenhum equipamento cultural no período.

Os dados contrastam com o desejo de visitar um equipamento cultural. Do total, 33% disseram que gostariam de ir ao cinema, 27% a show ou festival de música e 18% ao teatro.

Quanto à participação em festas populares, o São João aparece em primeiro lugar, com 31%, superando os 28% do carnaval.

Quanto ao meio em que os produtos culturais são consumidos, o celular ganha disparado, sendo acessado por 62% da população. A televisão aparece com 53%, e o rádio vem em terceiro, com 9%.

A pesquisa levantou que o Netflix é a plataforma de streaming mais acessada no Brasil, com 58%, seguido de YouTube Premium (23%) e Globoplay (21%).

A pesquisa levantou também que 34% das pessoas consideram que a cultura brasileira tem valorização no mundo. Na avaliação de 71%, o impacto da cultura é positivo para a imagem internacional do Brasil. Um total de 84% considera importante o apoio a artistas e a produtores locais e 53% avaliam que a cultura tem importância na atual agenda do governo federal.

Agência Brasil

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A Agência Brasil é uma agência pública de notícias que coloca a cidadania em pauta por meio do jornalismo digital. Assim como outros veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ela tem como missão "criar e difundir conteúdos que contribuam para o desenvolvimento da consciência crítica das pessoas". Para isso, prioriza a cobertura de políticas públicas a partir da perspectiva do cidadão, da sociedade civil organizada e dos Poderes Públicos (Executivo, Judiciário e Legislativo).

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