Entretenimento e Cultura

Festival de Locarno homenageia mestre do horror

Festival de Locarno homenageia mestre do horror Festival de Locarno homenageia mestre do horror Festival de Locarno homenageia mestre do horror Festival de Locarno homenageia mestre do horror

Locarno – Entre os filmes que movimentam Locarno, a cidade suíça que fala italiano e é mais próxima de Milão que de Genebra, não é acaso que o cinema italiano tenha especial acolhida. Além da mostra especial dos grandes clássicos da lendária produtora Titanus (de O Leopardo, Duas Mulheres e Rocco e Seus Irmãos), no fim de semana foi a vez de outros dois nomes do bel paese ganharem destaque.

O primeiro é o mestre do cinema de horror, Dario Argento. Diretor de obras como Suspiria, recebeu o prêmio Pardo pela carreira. “O que inspira até hoje são grandes autores, como Edgar Alan Poe, que descobri ainda menino. E a família. Tudo vem da família. Tudo nasce quando ainda se é pequeno e frágil”, disse ele.

Enquanto isso, o jovem Bonifacio Angius, de 32 anos, único italiano a integrar a competição principal, também busca no núcleo familiar e na desanimadora atual realidade da juventude de seu país a inspiração para narrar o drama de Angelo. Assim como o diretor, o personagem é um jovem de 35 anos que vive na isolada Sassari, na Sardenha. No entanto, há uma grande diferença entre os dois. Bonifacio é um jovem inquieto que, até “por medo de viver na paralisia da inspiração artística que não produz”, tem muitas ideias e vive na ansiedade de realizá-las.

Já Angelo não tem paixões. Não trabalha, não tem namorada, tem apenas dois amigos e acaba de perder a mãe. O pai tenta uma aproximação tardia com o filho, mas sem sucesso. Angelo já foi tomado pelo niilismo que se apodera de toda uma geração de jovens, apáticos diante da crise econômica e de um mundo cada vez mais tecnologicamente conectado e emocionalmente desconexo. Ainda assim, há um ponto comum entre os dois. “Eu o entendo. E conheço tantos jovens que não se encaixam. Eu, por exemplo, tenho a sensação de que só sei fazer uma coisa na vida”.

Entre os brasileiros, domingo foi a vez de Com os Punhos Cerrados, longa dirigido por Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti, que integra a mostra paralela Signs of Life e conta a história de 3 jovens que criam uma rádio clandestina e invadem as transmissões das rádios tradicionais de Fortaleza com poesias, músicas, citações, arquivos de som e provocações. Contra todo niilismo, clama pela liberdade e por uma sonhada revolução.