Tem filme ruim, tem filme péssimo… e tem a nova adaptação de “A Guerra dos Mundos”. A produção da Universal, lançada diretamente para o Prime Video, consegue o feito de pegar um clássico de H.G. Wells, carregado de tensão, paranoia e relevância, e transformá-lo em um panfleto corporativo sem vergonha na cara.
É como se alguém tivesse pensado: “E se a invasão alienígena fosse só pano de fundo para enfiar logos da Amazon em cada oportunidade?” O resultado é uma obra que, ao invés de causar suspense, faz com que você se sinta assistindo a um vídeo de YouTube mal editado, só que com orçamento milionário.
Desastre do começo ao fim
A trama segue um funcionário do Departamento de Segurança dos EUA que descobre, pela tela do computador, uma invasão alienígena global. Até aí, tudo bem. O problema é que o formato “screenlife”, onde toda a trama é feita por meio de telas, vira uma maratona de react, como se estivéssemos assistindo a um youtuber comentando o fim do mundo em tempo real, e tudo isso sendo levado muito a sério, o tempo inteiro.
O CGI é de doer, máquinas alienígenas que parecem saídas de um trabalho de faculdade feito às pressas. O som é genérico, sem peso, sem impacto, sem nada. A fotografia quer parecer realista, mas se perde em um amontoado de enquadramentos sem vida. E quando você pensa que não pode piorar, o roteiro resolve que a grande solução para salvar o mundo é… o sistema de entregas da Amazon. Sim, isso mesmo que você leu.
Fracasso de outro mundo
O mais triste é que a ideia até tinha potencial: mostrar uma invasão alienígena a partir de uma perspectiva intimista, sem grandes batalhas, focando no impacto pessoal. Mas o que poderia ser tenso e envolvente virou um amontoado de cortes rápidos, totalmente descompensados, diálogos óbvios e referências digitais que vão envelhecer mais rápido do que uma trend do TikTok.
Não tem suspense, não tem emoção, não tem nada. Nem as atuações do elenco conseguem esboçar o mínimo de emoção, o protagonista vivido por Ice Cube começa e termina o filme com a mesma expressão vazia, como se o seu tio estivesse reclamando em uma live, e não uma pessoa em pânico pela destruição global.
Sem falar da personagem interpretada por Eva Longoria, que aparece, fala pouco, não faz nada e vai embora — e honestamente, nem dá para culpar.
Em resumo, o filme é um monumento ao desperdício de dinheiro, tempo e talento. Uma produção que parece feita para ser assistida com um olho na tela e outro rolando o feed, ao mesmo tempo que destrói uma das obras mais referenciadas e épicas do gênero de ficção científica.
Se este não for o pior filme do ano, é porque 2025 ainda guarda horrores piores para nos mostrar.