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Crítica: “Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda” é uma agradável surpresa

Comédia da Disney aposta em nova troca de corpos, respeita o clássico e consegue unir diferentes gerações no cinema

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A sequência consegue divertir a nova geração e também fãs antigos (Foto: Reprodução/X/@DisneyStudios)
A sequência consegue divertir a nova geração e também fãs antigos (Foto: Reprodução/X/@DisneyStudios)

“Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda” poderia facilmente se apoiar apenas na nostalgia do clássico estrelado por Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, em 2003. Mas o filme opta por construir algo novo e evitar as repetições cansativas que marcaram tantas sequências tardias em que a Disney vem apostando, respeitando a essência da franquia e entregando uma história divertida e acessível para toda a família.

A trama atualiza a fórmula da troca de corpos com um toque ousado: em vez de duas personagens, agora são quatro. Anna, agora mãe, passa a trocar de corpo com Harper, sua filha adolescente. Já Tess, por sua vez, acaba vivendo a vida de Lily, a futura enteada da filha.

O resultado é um caos multiplicado, que gera tanto situações cômicas quanto momentos reflexivos sobre mudanças e as dificuldades das relações familiares.

A dupla principal mostra que ainda tem química de sobra e entrega as melhores cenas – realmente parece que estamos vendo versões mais velhas das mesmas personagens que já conhecemos.

Entre os novos nomes, Julia Butters, como Harper, ainda que um pouco abaixo de suas colegas, tem um desempenho acima do esperado. Já Sophia Hammons, como Lily, uma idosa no corpo de uma adolescente, convence demais. Entre os coadjuvantes, Manny Jacinto cumpre bem seu papel, enquanto Chad Michael Murray surge mais como um aceno nostálgico ao longa anterior.

Novo elenco cheio de carisma e química (Foto: Reprodução/X/@DisneyStudios)

Respeita o passado e abraça as novas gerações

O roteiro mais uma vez recorre ao recurso da troca de corpos como metáfora para lidar com conflitos intergeracionais, mas agora em outra escala. A trama expõe os desafios de adaptação que muitas famílias enfrentam e deixa claro que nem tudo é perfeito.

Desencontros são inevitáveis, mas também podem ser fonte de aprendizado: enxergar a vida pela perspectiva do outro e enfrentar juntos os desafios do dia a dia pode render bons momentos de conexão.

Essas mensagens funcionam porque não são apresentadas de forma moralista, mas sim integradas ao ritmo da comédia. Isso torna tudo leve e, ao mesmo tempo, significativo — justamente a fórmula que garantiu o sucesso do longa anterior.

A nova produção respeita o passado, mas aposta em uma nova dinâmica para contar uma história que continua dialogando com diferentes gerações. Não à toa, a franquia existe desde 1976, quando estreou com Se Eu Fosse a Minha Mãe.

No fim, “Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda” é uma comédia gostosa, feita para reunir pais, filhos e avós na sala de cinema. Não é nada revolucionário, mas sabe exatamente o que quer ser: uma história divertida, com coração, que garante risadas e ainda entrega algumas lições sobre como lidar com o caos familiar. E talvez seja exatamente isso que o público procura: uma tarde leve e cheia de boas lembranças.

Gabriel Miranda

Repórter

Jornalista em formação pela Estácio de Sá, faz parte da redação da TV Vitória e está à frente do quadro "Só Soundtrack Boa" na Jovem Pan Vitória. Com olhar atento e conhecimento de cinema e cultura pop, escreve sobre filmes, séries, bastidores e tudo que movimenta esse universo pop.

Jornalista em formação pela Estácio de Sá, faz parte da redação da TV Vitória e está à frente do quadro "Só Soundtrack Boa" na Jovem Pan Vitória. Com olhar atento e conhecimento de cinema e cultura pop, escreve sobre filmes, séries, bastidores e tudo que movimenta esse universo pop.