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Gargalos do mercado estimulam 'Escola de Séries'

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São Paulo – A maneira como o brasileiro vê TV mudou nos últimos anos. A base de assinantes da TV a cabo quase triplicou de 2009 para 2014, o Brasil se tornou o segundo maior consumidor de vídeos no YouTube e o Netflix, que inaugurou o modelo de transmissão instantânea de conteúdo pela web, chegou ao País. Essa sofisticação do consumo – somada à lei que obriga a inclusão de conteúdo nacional da TV paga e a dificuldade do profissional brasileiro da área audiovisual em entender sua criação como um negócio – estimulou um grupo de instituições a criar um curso inédito no Brasil para pequenos empreendedores do mercado audiovisual.

Chamado Escola de Séries, o projeto do Sebrae-RJ e da instituição de ensino superior ESPM (que terá curadoria da produtora Os Alquimistas e consultoria da Esmeralda Produções) vai ensinar como desenvolver técnicas de narrativa e como gerir o negócio de série para TV.

A ideia é criar, até o fim do programa, 30 pilotos de séries. O grupo de mídia americano ABC apoia financeiramente a iniciativa e avaliará, no fim do ano, quais das produções deve comprar. O Boticário também é um investidor.

“Temos tanto ou mais criatividade narrativa quanto Hollywood”, diz Mauricio Mota, sócio-fundador d’Os Alquimistas, que tem unidade nos Estados Unidos e no Brasil. “Mas Hollywood compensa isso com método e processo.” Faltam roteiristas e produtores com essas habilidades no País, segundo Mota.

Dentro de um plano de negócios de um seriado, por exemplo, parte importante é o financiamento. Além de uma boa história, é preciso considerar uma boa estratégia para atrair o dinheiro. A série East Los High, por exemplo, concluiu a primeira temporada após levantar verba com diversas instituições e foi ao ar no Hulu, site de streaming dos EUA. A boa recepção da série fez o Hulu tornar-se o principal investidor.

A criatividade no financiamento, aliás, é um dos conhecimentos que a Escola de Séries vai passar aos alunos.

A trama latina também servirá de referência para a produção de uma série brasileira voltada para o público universitário, um projeto d’Os Alquimistas com a ESPM que será desenvolvido na Escola de Séries.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.