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Gramado busca intercâmbio em sua 43ª edição

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São Paulo – Com homenagens a Marília Pêra (Troféu Oscarito), Zelito Viana (Troféu Eduardo Abelin) e ao cineasta argentino Fernando ‘Pino’ Solanas (Kikito de Cristal), o Festival de Gramado que começa nesta sexta, 7, na serra gaúcha é o de número 43.

A mostra começou nos anos 1970 como prolongamento de uma pioneira Semana do Cinema Brasileiro. Nos 90, tornou-se latino para sobreviver – a crise da produção praticamente acabara com a realização de longas no País. Mas pode-se argumentar que a vocação de Gramado, dada a proximidade do Rio Grande do Uruguai e da Argentina e a integração do Estado como ponta de lança do Brasil no Mercosul, era virar Festival do Cinema Brasileiro e Latino.

A festa recomeça e, a par das homenagens, a programação que segue até a premiação no sábado, 15, promete abrir uma janela para o intercâmbio cultural e a apreciação de filmes que nem sempre ganham acolhida no ‘mercado’. A abertura ocorre nesta sexta com Que Horas Ela Volta?, longa de Anna Muylaert que foi bem recebido em Sundance e Berlim no começo do ano. Regina Casé foi melhor atriz no festival norte-americano e o filme dialoga com Casagrande, de Fellipe Barbosa, e O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho. Na sequência do filme brasileiro, será exibido o primeiro concorrente latino, En La Estancia, do México.

Apenas um dos concorrentes brasileiros é gaúcho, assinado por João Pedro Goulart, diretor de Ponto Zero. Como o filme de Anna, Ausência, de Chico Teixeira, também é produção paulista (e integrou a programação do Festival de Berlim). A lista com oito títulos completa-se com dois de Brasília (O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum; e O Último Cine Drive-in, de Iberê Carvalho, que estiveram no Festival do Rio de 2014), mais três produções do Rio (Introdução à Música do Sangue, de Luiz Carlos Lacerda; O Fim e os Meios, de Murilo Salles; e Um Homem Só, de Cláudia Jouvin).

Os longas latinos da competição, além do mexicano (de Carlos Armella), são – Ella, de Líbia Stella Gomez, da Colômbia; La Sala, de Juan Martin Hsu, da Argentina; Ochentaisiete, de Anahia Hoeneisen e Daniel Andrade, do Equador; Presos, de Esteban Ramirez Jimenez, da Costa Rica; Venecia, de Kiki Alvarez, de Cuba; e Zanahorria, de Enrique Buchichio, do Uruguai.

A lista de homenagens está impecável. Solanas é um dos grandes do cinema argentino e latino, com obras viscerais – La Hora de Los Hornos, codireção de Octavio Getino, e Tangos, Exílio de Gardel. Como produtor e diretor, Zelito Viana inscreveu seu nome na história do cinema brasileiro. E Marília Pêra?

Estrela do cinema, teatro e TV, ela faz parte do imaginário do espectador brasileiro, que a viu em grandes papéis de filmes dirigidos por Hector Babenco (Pixote, a Lei do Mais Fraco) e Walter Salles (Central do Brasil). Ela volta ao festival que já lhe deu dois Kikitos – por Bar Esperança, o Último Que Fecha, de Hugo Carvana, e Anjos da Noite, de Wilson Barros, ambos dos anos 1980. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.