Um curta-metragem fecha 2019 celebrando a conquista de um feito inédito, ao garantir presença de uma obra capixaba em um dos quatro maiores festivais do mundo. A produção “Inabitáveis”, de Anderson Bardot, foi selecionada para o 49° Festival Internacional de Roterdã (International Film Festival Rotterdam/ IFFR) e irá concorrer na categoria “Voices Short Award”.
A exibição histórica no evento, em estreia mundial, ocorrerá na própria cidade holandesa no dia 25 de janeiro de 2020 e será reprisada na data seguinte, 26.
Na ocasião, o público vai poder conferir nas sessões um curta que privilegiou locações da Grande Vitória, como o Centro Histórico de Vitória, as ruínas da Igreja de São José do Queimado, as belezas da Reserva de Jacarenema, o Theatro Carlos Gomes e outros monumentos do Estado.
A trama da Vale Encantado Filmes, que tem no elenco Castiel Vitorino Brasileiro, Markus Konká, Lucciano Coelho, Mauro Marques e Gil Mendes, aborda a homossexualidade, a transsexualidade e “a escravidão do corpo negro no Espírito Santo como temas por meio da dança e da manipulação de textos históricos”.
O diretor explica que a viagem à Holanda servirá também para que busque investimentos para sua próxima empreitada. É que ele começa agora a desenvolver o seu primeiro longa-metragem, “O Sagrado Coração de Valquíria”, que foi contemplado no Edital 004/2019 da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult). “Por isso, a participação no IFFR também será uma oportunidade para levantar possíveis parceiros e investidores para projetos de realizadores capixabas”, disse o Bardot.
Bardot está em processo de formalização de seu novo negócio, a produtora Vale Encantado Filmes. Com a produtora Finordia, parceira no desenvolvimento do longa, está à procura de instituições públicas para viabilizar a participação das produtoras nas rodadas de negócios do festival europeu.
Mais sobre “Inabitáveis”
Segundo Bardot, que além da direção assina o roteiro e a produção, “Inabitáveis é um filme que fala sobre a celebração da diversidade e da liberdade do corpo”. Seus 25 minutos contam a história de uma companhia de dança, em processo de construção de um espetáculo que tem o nome homônimo do real espetáculo da cia. In Pares. Os bailarinos Mauro Marques e Lucciano Coelho se autointerpretaram, e a história tem como fio condutor a saga do jovem Pedro, vivido por Castiel Vitorino Brasileiro, que se entrelaçará à saga do coreógrafo (Markus Konká).
O filme é uma realização da Vale Encantado Filmes e foi contemplado pelo edital da Secult-ES/2017 de Produção de Curta-Metragem de Ficção em coprodução com a produtora Pique Bandeira e com a companhia de dança In Pares. São também apoiadores a Secretaria Municipal de Cultura de Vitória (Semc), a Secretaria Municipal de Cultura de Vila Velha (Semcult), a Superintendência de Cultura e Comunicação da UFES (Supecc), a Global Village C+E e o Museu Capixaba do Negro (Mucane).
