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Jovens fazem rap com elogios aos passageiros de ônibus em Vitória

Entre sorrisos e risadas, a dupla conquista o coração dos usuários do transporte coletivo enquanto realizam sonho de carreira artística

Jovens fazem rap com elogios aos passageiros de ônibus em Vitória Jovens fazem rap com elogios aos passageiros de ônibus em Vitória Jovens fazem rap com elogios aos passageiros de ônibus em Vitória Jovens fazem rap com elogios aos passageiros de ônibus em Vitória
Foto: Reprodução / Instagram

Uma dupla de jovens artistas de 19 e 18 anos tem feito sucesso nos ônibus da Grande Vitória. Em meio a rotina atarefada e estressante, os passageiros podem contemplar um momento de distração e divertimento quando os rappers AM7 e Souza sobem nos coletivos. 

O estilo freestyle foi o que uniu a amizade dos adolescentes. Inspirados por outros artistas, os jovens tomaram a decisão de iniciar o trabalho nos coletivos com o objetivo de trazer um sorriso ao rosto dos passageiros e realizar os próprios sonhos.

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A dupla sobe no Transcol e, antes de se apresentar, informa aos passageiros sobre o trabalho que realizam. Logo depois, ainda dão a oportunidade de que as pessoas expressem a opinião. “Se alguém não quiser ouvir, é só levantar a mão que descemos no próximo ponto”, explicam.

Caso ninguém manifeste uma opinião negativa, os jovens ligam a caixa de som e começam a rimar de forma improvisada, de acordo com a batida da música “Still D.R.E” clássico do hip hop, parceria de Dr. Dre e Snoop Dog.

Cada passageiro recebe uma rima própria, carregada de elogios a aparência e observações gentis por parte dos adolescentes.

Veja:

Sonhoshistórias e amizades

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Em entrevista para o Folha Vitória, a dupla de artistas contou sobre as histórias e ambições de cada um, e como o trabalho no transcol é apenas uma ponta do grande sonho de ambos. 

Ademario Miranda Marinho, mais conhecido como Am7, tem 19 anos de idade e nasceu na Bahia. 

O rapper contou que sempre teve a convicção de que queria ajudar a sociedade de alguma forma. 

Logo após se mudar para Vitória, avistou uma roda de pessoas na rua, e aquele encontro mudara sua vida.

Inicialmente pensando se tratar de uma briga, só entendeu o que estava acontecendo anos depois. O encontro, na verdade, era uma batalha de rap. 

O jovem contou ainda que com apenas 15 anos começou a escutar o estilo musical rap durante o dia todo. Até que um amigo que havia percebido a paixão do adolescente o levou para a primeira batalha. 

As chamadas “batalhas de rap”, consistem em disputas de rimas improvisadas entre artistas. O Mc que conseguir realizar as melhores rimas leva o título de campeão.

Ao realizar a primeira apresentação, Am7 diz ter descoberto uma nova parte de si mesmo. “Ali nasceu um sonho, ali nasceu um motivo pelo qual viver e também pelo qual lutar”, explicou.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Rafael Souza, de 18 anos, compartilha de uma jornada parecida. Morador do Morro do Quadro, bairro de Vitória, o jovem diz sonhar em mudar a vida da família e poder viver do HipHop. 

Souza, como é mais conhecido, contou que foi inspirado por outros artistas que também se apresentavam nos coletivos.

Em um período de tempo morando em São Paulo, o jovem também conheceu outros Mcs que rimavam no metrô.

Ao voltar para o Estado capixaba, Souza passou a frequentar as batalhas de rap, onde conheceu Am7. Ambos decidiram iniciar o trabalho nos ônibus com o intuito de levar a arte e sorrisos para a população. 

Troca de energia com o público

Ainda de acordo com ambos os artistas, a experiência mais recompensadora de realizar os trabalhos nos coletivos é a troca de energia com o público. 

Poder animar os passageiros e ver os sorrisos e risadas enquanto levam o HipHop para pessoas que nunca conheceram esse universo é algo que dá sentido a vida deles.

“Isso salvou minha vida, é como se eu tivesse necessidade disso, de participar do movimento hip-hop. A arte salvou minha vida e, usando ela, sei que ainda vou mudar muito a vida das pessoas”, afirmou Souza. 

O artista Am7 concordou com o amigo e ainda acrescentou:

“O freestyle tem o poder de ajudar pessoas a mudarem pensamentos e gerarem propósitos. Quando eu entro no ônibus, de certa forma consigo melhorar o dia das pessoas. É a melhor experiência que já tive e ainda tenho. Honestamente, acho que nunca vou me acostumar com isso, sempre vai ser o melhor pagamento por essa arte”, finalizou.

Para conferir mais sobre o trabalho de ambos os artistas, basta acessar o instagram dos jovens (@am7.mc e @souzamc027).

*Texto da estagiária Sofia Galois, sob supervisão da editora Erika Santos.