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Livros de gastronomia também estão na onda da Bienal

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São Paulo – Os livros são grandes, têm capa dura e se confundem, no aspecto, com os livros de arte – mas o conteúdo, além das receitas, passa por reflexões sobre a gastronomia, profissão que se consolidou no Brasil a partir do início do século 21. O mercado editorial aproveita: só a Editora Senac São Paulo, uma das que mais se dedicam ao gênero, possui 256 títulos gastronômicos ativos e vendeu 13,5 mil exemplares entre janeiro e julho de 2014 – um crescimento de 96% em relação ao mesmo período de 2013. Esse movimento faz os eventos literários, como a Bienal do Livro, que fica até o próximo domingo no Anhembi, ceder espaços grandes e com programação extensa, como o Cozinhando com Palavras – e vale a pena: quase mil livros de gastronomia da editora foram vendidos até essa quarta, 27, 34% do total.

O crescimento que se mantém há pelo menos três anos é resultado, segundo a publisher da Editora Senac, Jeane Passos, da atenção dada à própria alimentação, quando as pessoas voltam a produzir e cozinhar para elas mesmas. Às vezes, forçosamente: preços de restaurantes muito altos, dificuldade na mobilidade, lei seca, violência.

Jeane diz que o interesse na publicação de livros de gastronomia surgiu por dois fatores principais: necessidade do mercado e o crescimento no número de cursos de formação profissional e acadêmica na área.

“Para nós, os números se equilibram com esses fatores”, comenta. Só o Senac oferece mais de 170 cursos na área.

Mas não é fácil – os livros apresentam alto custo de produção, em decorrência não só dos projetos gráficos caprichados, mas também porque há testes de receitas, tanto de autores nacionais como internacionais – em alguns casos, elas podem ser bem caras.

“Além da tradução, muitas vezes temos que tropicalizar as receitas, adaptar ingredientes e formas de preparo mais próximos dos brasileiros”, conta Jeane. Os métodos para contrabalançar o alto custo são vários: procura por materiais alternativos, tiragens maiores (de 5 a 10 mil exemplares) e o coprint internacional – quando editoras do mundo todo imprimem na Ásia com tiragens gigantescas e textos traduzidos. Por isso, prepare o bolso quando quiser investir um pouco – e com razão – na própria alimentação: os livros custam em média R$ 100. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.