Michael C. Hall, famoso por interpretar o serial killer Dexter, está focado em sua carreira nos palcos. O ator tem presença garantida na Broadway e agora representará Thomas Newton na peça Lazarus, de David Bowie. Thomas é um homem que não pode morrer, e o ator comenta sobre a pressão que é dar vida ao personagem na peça após a morte do cantor.
– Eu realmente senti que uma parte de meu trabalho seria me esvaziar para que meus movimentos me guiassem. Por mais que seja frequente interpretar a peça, neste caso, ela deve ser ainda mais sentida. Desde que ele faleceu, provavelmente há mais um forte sentimento de sua presença, revelou o astro.
Bowie faleceu na manhã que o elenco foi chamado para gravar a trilha sonora, e a sessão acabou virando um memorial para o cantor. Aliás , mesmo fora da trilha sonora da peça, a música de Bowie serve como um mecanismo de todas as manhãs para Michael, que disse ao The Guardian que vem escutando a música de Bowie desde que ele morreu, especificamente seu último álbum, Blackstar.
– Isto foi o que ele nos deixou, então eu escutarei. É pesado, mas calmo ao mesmo tempo. Muita coisa que eu amo nele caracterizado e muita coisa que eu amo sobre fazer a peça é simultaneamente calmo e pesado, como o álbum, desabafou.
Ele ainda admitiu que a morte de David Bowie o fez refletir sobre outros momentos frágeis de sua vida, como a morte de seu pai quando ele tinha apenas 11 anos de idade. Ao ouvir a notícia do falecimento do cantor, ele soube por umas 25 ou 30 mensagens de conhecidos, cerrou o punho como se tivesse sido um familiar. E Michael ainda tem outra infeliz relação com Bowie: quando tinha 38 anos foi diagnosticado com um tipo de câncer. Assim como o cantor, que não havia revelado para ninguém do elenco sobre sua doença, ele também não tinha contado para seus colegas na época em que fazia Dexter.
– A linguagem ao redor do câncer não é algo que eu particularmente fico confortável ao ouvir. Esta ideia de bravamente sucumbir ou lutar com total sucesso ou vencer a batalha contra… Eu não queria encorajar ninguém a ter essa linguagem. As pessoas dizem você venceu o câncer e é como não, um coquetel de quimioterapia e remédios venceu o câncer. Eu já perdi várias pessoas que eu amava para o câncer, e não me considero mais corajoso do que eles.