Entretenimento e Cultura

Michelle Obama revela estratégias para encontrar equilíbrio em tempos incertos

Michelle Obama revela estratégias para encontrar equilíbrio em tempos incertos Michelle Obama revela estratégias para encontrar equilíbrio em tempos incertos Michelle Obama revela estratégias para encontrar equilíbrio em tempos incertos Michelle Obama revela estratégias para encontrar equilíbrio em tempos incertos

Michelle Obama diz que se concentrar no que você pode controlar quando se sentir fora de controle é uma coisa que ajuda.

Entre as coisas que ela podia controlar durante o período de morte e isolamento da pandemia, o descontrole racial e as ameaças à democracia estavam seus carretéis de lã e suas agulhas de tricô.

Ela rotula esse tipo de pensamento de “poder do pequeno” e escreve em seu novo livro, Nossa Luz Interior: Superação em Tempos Incertos, que ao focar em uma pequena tarefa, como tricô, ela conseguiu superar a preocupação, a ansiedade e o estresse dos últimos anos inquietantes.

“O interessante de tricotar e usar as mãos e fazer algo é que isso é algo meditativo’’, disse a ex-primeira-dama na noite de terça-feira, 15, no Warner Theatre em Washington, onde ela começou sua turnê de lançamento que em um mês vai passar por seis cidades americanas.

“De muitas maneiras, é como uma fé”, disse ela, sentada no palco com uma amiga, a ex-apresentadora Ellen DeGeneres, que comandou uma conversa de quase 90 minutos – muitas vezes bem-humorada. “É uma coisa que fecha sua mente preocupada e deixe suas mãos assumirem.’’

“E aí está o poder”, disse ela.

“Eu penso sobre o tricô e o ponto, o tricô e o ponto, e uma linha e uma linha e uma linha”, a ex-primeira-dama disse, nomeando diferentes pontos e técnicas usadas em tricô. “E se você continuar, e você está focado, você tem um suéter.’’

No livro, publicado internacionalmente nesta terça-feira, 15 (no Brasil, o lançamento é da Objetiva; leia aqui o capítulo publicado com exclusividade pelo Estadão no último domingo, 13), ela compartilha o conteúdo da sua “caixa de ferramentas’ – os hábitos e práticas, atitudes e crenças, e até mesmo objetos físicos que ela usa para superar seus sentimentos de medo, desamparo e autoconfiança.

“Este livro pretende mostrar o que eu mantenho lá e por que, o que eu uso profissionalmente e pessoalmente para me ajudar a manter o equilíbrio e a confiança, o que me mantém seguindo em frente mesmo em momentos de grande ansiedade e estresse’’, ela escreveu na introdução.

Aos 58 anos, a mulher do ex-presidente Barack Obama e mãe de Malia e Sasha escreve que este livro, o seu terceiro, não é um manual, mas, sim, uma “série de reflexões honestas sobre o que minha vida me ensinou até agora”.

“Tenha em mente, também, que tudo o que sei, todas as várias ferramentas em que me apoio, chegaram a mim apenas por tentativa e erro, ao longo de anos de prática constante e reavaliação”, escreveu ela. “Passei décadas aprendendo, cometendo erros, fazendo ajustes e correções de curso conforme eu avançava. Eu progredi lentamente até chegar aonde estou hoje.’’

Nossa Luz Interior é o primeiro livro de Michelle Obama desde o lançamento, em 2018, de seu livro de memórias best-seller, Minha Vida, que vendeu mais de 17 milhões cópias em todo o mundo – de longe o livro mais popular de uma primeira-dama ou de um presidente moderno, incluindo seu marido.

Como primeira-dama, ela escreveu American Grown, um livro sobre a horta que ela plantou na Casa Branca em 2009.

Uma conversa sobre o novo livro de Michelle Obama

Sentada em uma cadeira roxa no palco do teatro de quase 100 anos, Michelle Obama falou sobre seus sentimentos após a eleição de 2016 em que seu marido foi sucedido por Donald Trump. Coincidentemente, Trump anunciou uma terceira corrida para presidente durante sua apresentação.

“Se vocês se lembram, eu disse: ‘Não votem nesse cara’”, comentou, referindo-se a Trump, que tentou desfazer grande parte do histórico de Obama como presidente. “Doeu porque você se pergunta: foi uma repreensão dos oito anos, o sacrifício que fizemos? Foi complacência? O que foi aquilo?”

A ex-primeira-dama também falou sobre como superar seu medo de mudança e sua percepção de que ela não poderia interferir no desejo de seu marido de concorrer à presidência em 2008. Ele tinha dado a ela o poder de vetar essa decisão.

“A oportunidade está do outro lado disso”, disse ela, falando sobre o medo.

Ela também abordou a pandemia, dizendo que sua família pôde lidar melhor com ela principalmente porque eles já estavam acostumados a um isolamento – viveram assim, na “bolha” da Casa Branca, durante oito anos.

Ela falou sobre como foi difícil como primeira-dama, e ainda é, fazer novos amigos em quem ela pode confiar, e como é divertido ver suas filhas “adultas” dividindo um apartamento na Califórnia. As meninas voltaram para Washington para morar com os pais durante a pandemia.

Sasha completou um semestre na Universidade de Michigan antes de voltar para casa. Malia, que estava matriculada em Harvard, passou seu último ano em casa e acabou perdendo uma cerimônia de formatura por causa da covid-19. Então seus pais realizaram uma cerimônia completa de formatura, com discursos, em seu quintal.

“Era eu e Barack”, disse Michelle, rindo. “Dissemos a ela como ela era sortuda. Ela tinha nós dois.”

(Com AP)