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Mostra celebra os 50 anos do Movimento Armorial

Mostra celebra os 50 anos do Movimento Armorial Mostra celebra os 50 anos do Movimento Armorial Mostra celebra os 50 anos do Movimento Armorial Mostra celebra os 50 anos do Movimento Armorial

Cinco décadas depois de ter surgido, o Movimento Armorial, que veio para valorizar as artes do Nordeste, ganha uma grande exposição no centro do Rio. Desde o último dia 30, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) apresenta uma coleção com mais de 140 obras que integram a Mostra Movimento Armorial 50 anos. A exposição, que também contará com apresentações musicais e debates, ficará aberta ao público até o fim de junho, para, na sequência, chegar a São Paulo.

O movimento surgiu em 1970 e teve como um dos grandes expoentes o escritor Ariano Suassuna. “O Ariano adorava neologismos. Armorial é um termo que existe em português, usado para significar as coisas heráldicas. Mas o Ariano achava que o termo tinha um som bonito, que remetia a alguma coisa meio mágica. Então ele passa a usar nesse sentido, porque ele acha que a palavra faz todo um referencial às festas populares (do Nordeste)”, explica Denise Mattar, que é curadora da mostra.

A exposição conta com peças em diversos formatos e de diversos artistas que fizeram parte do Movimento Armorial. Além das obras do próprio Ariano Suassuna, há as de Francisco Brennand, Gilvan Samico, Aluísio Braga e outros. Quem for ao CCBB encontrará quatro núcleos com quadros, gravuras, esculturas, manuscritos e até figurinos, como o do filme A Compadecida, primeira versão de O Auto da Compadecida.

“A parte mais complicada foi conseguir fazer uma síntese, porque tinha muita coisa”, diz a curadora, explicando a opção pela divisão da mostra em núcleos. Um deles foi chamado de Armorial Fase Experimental. “Durante a pesquisa, eu descobri que a Universidade Federal de Pernambuco tinha uma coleção de obras que o Ariano comprou para a universidade quando ele era secretário de Cultura. Então as obras que o público vai ver nessa fase experimental não foram escolhidas por nós; foram escolhidas pelo Ariano em pessoa.”

Outra parte é dedicada a Gilvan Samico, considerado o artista mais marcante do movimento. “Na pesquisa descobri que o Samico tinha a maior tristeza porque os críticos não reconheciam a obra dele como pintor, só como gravador. Então eu decidi trazer também as pinturas dele”, conta Denise. Gravuras e pinturas com o mesmo tema são colocadas lado a lado.

TOUR VIRTUAL. Apesar de, muito em breve, a exposição ganhar um catálogo e um tour virtual, a intenção dos organizadores é que o público vá ao CCBB para conhecer as peças de perto. Para isso, a mostra conta com alguns atrativos extras, como um espaço dedicado para selfies na reta final, audiodescrição, leitura em Libras, vídeos, e a possibilidade de fazer o passeio ouvindo uma trilha sonora com 2h15 de músicas.

A mostra também terá espaço para a música. Com curadoria de Antônio Madureira, os encontros musicais deverão ocorrer nas duas últimas semanas. No mesmo período, haverá conversas sobre o Movimento Armorial com curadoria de Carlos Newton Júnior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.