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Mulher de Rodolfo Nanni tem projeto musical dos mais ambiciosos

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São Paulo – Foi o cinema que aproximou Rodolfo Nanni e Anna Maria Kieffer. Ele havia emprestado sua casa para Walter Hugo fazer a pré-produção de As Amorosas. Anna foi fazer um teste como atriz. Não foi selecionada, mas desde então, e lá se vão 45 anos, tem sido a companheira de Nanni.

Com sua música e seu saber em tantas áreas, Anna tem tido presença marcante na vida criativa do marido. Agora mesmo, desenvolve um projeto erudito – e multidisciplinar – que dá conta de sua importância como compositora e pesquisadora. Há alguns anos, Anna foi abordada pela Flip para uma homenagem aos 400 anos do Padre Antônio Vieira (1608/1697).

Restrições orçamentárias dificultaram o trabalho, mas houve uma apresentação no Páteo do Colégio. A própria Anna considera esse trabalho uma súmula de suas pesquisas com música antiga e contemporânea, com texto e imagem. Chama-se Vieira – Do Tejo ao Amazonas. Ela selecionou seis sermões. Abordam temas que vão do bom ladrão (a corrupção na política) a multiplicidade de culturas na Amazônia. Um grande ator que também é filólogo – Luiz Lima Barreto, parceiro de Luiz Miguel Cintra no Teatro da Cornucópia – diz o texto clássico. Anna criou camadas por meio da música, que mixa o tecno-elétrico e o modo gregoriano mais erudito. Participam dois coros, um masculino e um misto.

Nos últimos anos, Anna tem se dedicado a aprimorar o trabalho. Em janeiro, deve fazer a mixagem definitiva. Falta patrocínio. Tamanha erudição, ao invés de impor respeito, tem assustado. Este mês, um possível patrocinador poderá dar seu aval. A falta de dinheiro não implica em amadorismo. Tudo isso está feito com o máximo rigor, com a cumplicidade de todo mundo que participa do projeto. Os sermões de Vieira terminam numa grande pajelança. Do que o repórter ouviu num demo dá para dizer que vem obra-prima musical por aí.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.