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Múltipla, Elke foi professora, secretária, modelo, jurada de calouro, atriz

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– Professora, tradutora e intérprete de línguas estrangeiras, até mesmo o latim, além de alemão, italiano, espanhol, russo, francês, inglês, grego. Essa era Elke Maravilha, que morreu nesta terça-feira, 16, aos 71 anos, uma diversidade em pessoa.

Nascida na Rússia e morando no Brasil desde a infância, ganhou o nome de Elke Georgievna Grunnupp, mas aqui tornou-se a Elke Maravilha, cheia de alegria, provocante no modo de se vestir e falar, conquistou seu público.

Frases:

– Vivi cada coisa no tempo da mãe natureza. Meu pai me dizia: “Minha filha, aprende com a mãe natureza”. E ela nos ensina tudo mesmo.

– Boa educação é preparar uma pessoa para vida. Eu fui bem preparada para a paz e bem preparada para a guerra.

– Mas detesto puta. Ficar armando em cima de homem, ir para a cama para conseguir as coisas. Isso não tem a ver comigo. Quando se é jovem pintam essas coisas.

– A maioria acha que sou travesti, e às vezes vem perguntar. Digo: “Sou e tenho um pau desse tamanho, quer ver?”. E aí saem correndo, tadinhos.

– Fiz três abortos sem a menor culpa. Ia fazer merda. Não sei educar criança. Quanto mais vivo, mais tenho certeza que fui sábia, apesar de jovem.

– Penso que é muito normal transar com tudo. Mas não gosto de cabeça de mulher. Quando transo sexualmente, transo com a cabeça também. E me cansa um pouco.

– Perguntaram pra mim: qual é a melhor pessoa do mundo? “Chacrinha”. E qual é a pior? “Silvio Santos”. Eu trabalhei com o pior e o melhor.

– “Elke, eu sou doido por você!” Quase caí de bunda, né? Imagina o Drummond dizer que é doido por mim…

– Eu nasci assim! Quando morávamos na roça, quando éramos imigrantes, meu pai não tinha dinheiro. Nós tínhamos alimentos porque nascia da terra. Nós morávamos no meio de pessoas negras e quando as mulheres soltavam as tranças e surgia aquele cabelão enooooorme eu ficava encantada e dizia: ‘Eu queria tanto ter esse cabelo’. E, então, meu pai disse ‘dá um jeito, Elke!’ E eu dei! (risos)!

– Na realidade, sempre fui um trem meio diferente, sabe? Ainda adolescente resolvi rasgar a roupa, desgrenhei o cabelo, exagerei na maquiagem e sai na rua… Levei até cuspida na cara. Mas foi bom porque entendi aquela situação como se estivessem colocando-me em teste. Talvez, se meu estilo não fosse verdadeiramente minha realidade interior, eu teria voltado atrás. Mas sabia que nunca iria recuar. Eu nunca quis agredir ninguém! O que eu quero é brincar, me mostrar, me comunicar”.

– “Eu quero é conviver! A grande arte não é viver, é conviver”!