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Múltiplo, David Bowie teve momentos marcantes no cinema

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– David Bowie havia lançado na sexta feira, 8, seu novo CD, Blackstar, pelo qual recebeu críticas positivas. Era o dia de seu aniversário – 69 anos. Na madrugada desta segunda, 11, vazou a notícia de sua morte. Bowie teve um enfarte, sofria de câncer. Foi-se. Mas é só a gente fechar os olhos e, no imaginário, ressurge o camaleão do rock.

Ele não foi só um grande músico, cantor e compositor. A revista Rolling Stone considera o álbum dele The Rise and Fall of Ziggy Stardust um dos maiores da história. E Ziggy, entre todas as personas que Bowie criou, foi, talvez, a principal inspiração para Velvet Goldmine, o Cidadão Kane do glam rock, de Todd Haynes.

De todos os astros do rock, Bowie foi o único, pode-se dizer, a levar uma carreira que não era apenas ‘complementar’ no cinema. Mick Jagger, dos Rolling Stones, filmou com Tony Richardson (Ned Kelly) e Jean-Luc Godard (One plus One), mas Bowie ousou ainda mais. Ele deixou sua marca na música, na moda, no comportamento – e no cinema. Alguns hão de se lembrar dele em Labirinto, fantasia de Jim Henson. Outros de Apenas Um Gigolô, do ator David Hemmings, em que contracenou com a lendária Marlene Dietrich, em sua última aparição na tela. Mas os filmes que esculpiram a lenda de David Bowie no cinema foram outros. Foram os que esculpiram ou subverteram sua famosa androginia.

O Homem Que Caiu na Terra, de Nicolas Roeg, é uma ficção científica quase tão visceral quanto 2001, o clássico de Stanley Kubrick. Um homem viaja do futuro em busca de água. Adquire o poder e forma uma nova família, mas não se esquece da outra, que deixou no espaço. Furyo, Em Nome da Honra é produto da associação de dois provocadores, Bowie e o diretor japonês Nagisa Oshima. Depois do sexo explícito dos dois Impérios, o dos Sentidos e o da Paixão, Oshima contou a história do inglês que desperta o desejo proibido do comandante japonês do campo em que está prisioneiro. Dois mitos da música – Bowie e Ryuchi Sakamoto. O filme tem a cena em que Bowie canta – e desafina. Que outro cantor faria isso para servir ao personagem?

E, claro, Fome de Viver, do irmão de Ridley Scott, Tony. O verdadeiro True Bloood. Uma história contemporânea de vampiros – ou uma história de vampiros contemporâneos. Em Nova York, podres de chic, Bowie e Catherine Deneuve precisam do sangue jovem de Susan Sarandon para sobreviver. Sexo a dois, a três. Sangue e suor. Ambientes luxuosos, magnificamente filmados, mais que em qualquer comercial.