O Somos Rock Festival, um dos maiores eventos de rock do Brasil, desembarca pela primeira vez em Vitória, neste sábado (04). Serão mais de 12 horas de música, experiências gastronômicas, área kids e atrações pensadas para toda a família, na Praça do Papa.
Entre os destaques do line-up estão The Calling, Jota Quest, Raimundos, Nando Reis e CPM 22.
A edição capixaba será histórica também porque marca os 21 anos da Jovem Pan Vitória, que vai comemorar o aniversário durante o festival. A rádio é responsável por promover o Rock Day e dará visibilidade às bandas finalistas.
Foram quase 100 bandas inscritas no concurso, que exigia o preenchimento de um formulário com anexos de áudios e vídeos para avaliação da comissão julgadora. As finalistas se apresentam no Palco 2 durante os intervalos dos shows principais, cada uma com 30 minutos para mostrar seu repertório.
O júri técnico será formado por três profissionais de destaque no cenário cultural do Espírito Santo:
- Fábio Carvalho, percussionista e um dos fundadores da banda Mahnimal, Bacharel em Composição Musical pela UFES e pós-graduado em Políticas e Gestão Cultural pela UFRB;
- Fabrizo Cascão, sócio proprietário do Pub Motor Rockers, curador das atrações do estabelecimento e um dos idealizadores do Festival Dia de Rock;
- Jon Santos, vocalista, compositor e fundador da banda Herança Negra, produtor musical e artístico e radialista.
A banda vencedora do concurso ganhará uma música gravada e produzida pelo Bravo Estúdio, além da execução de uma canção na Jovem Pan Vitória.
Os segundos e terceiros colocados também terão a oportunidade de se apresentar no festival e ganhar visibilidade junto ao público e à rádio.
Bate-papo com as bandas finalistas
Inseton
Jeff Chicão, vocalista e guitarrista da Inseton, banda que mistura rock e pop com influências contemporâneas, explica a origem do nome da banda, que surgiu de uma experiência inusitada e representa uma “virada de chave” na trajetória musical do grupo.
Quando fui picado por um inseto misterioso, descobri habilidades musicais que não tinha antes. Essa experiência me motivou a criar a banda e reunir amigos para dar vida ao som que buscava. Além da referência direta aos insetos, o nome também representa essa virada de chave, fazendo alusão às palavras em inglês ‘In, Set e On’, termos que remetem a ligar, ativar e engrenar.
Jeff Chicão
Sobre a importância de participar do Rock Day e tocar no Somos Rock, Jeff comenta que dividir palco com outras bandas é motivo de reconhecimento e orgulho, além de ser uma oportunidade de novos públicos e valorizar ainda mais a cena autoral capixaba.
As influências da banda passam por nomes consagrados no cenário nacional e internacional, e um deles, inclusive, está no line-up do festival:
“Temos desde referências marcantes da adolescência, como NxZero, CPM 22, Dead Fish, Guns N’ Roses, Linkin Park e Paramore, até inspirações mais recentes e variadas, como Nine Inch Nails, Poppy, Bring Me The Horizon, Björk, St. Vincent e Lana Del Rey. Essa mistura entre Rock e Pop dá origem a um som único, que transita entre energia, dança e momentos de reflexão.”
Os próximos passos da banda já estão definidos: no domingo (05), acontece o pré-lançamento exclusivo do clipe e single “Filtro”, no evento Mangue Fuzz, às 19h, no Pub 426. Jeff Chicão ainda revelou que ele e os companheiros estão trabalhando no primeiro álbum completo, que deve ser lançado em breve.
LAMBUZA
Bernardo Cantele, baixista e produtor da Lambuza, banda que mistura pop, rock e elementos de punk em sua sonoridade, fala sobre a escolha do nome da banda, que reflete um novo momento artístico do grupo e a vontade de criar algo autoral e diferente de projetos anteriores.
“Queríamos uma sonoridade nova e diferente do que fazíamos em outros projetos mais antigos. A ideia era fazer um som POP para as pessoas se ‘lambuzarem’ de ouvir, ouvir no repeat mesmo. Além disso, não existe nenhuma banda no mundo com esse nome, somos os únicos.”
Ele conta que parte do grupo, em outro projeto, já esteve no palco principal de festivais como o João Rock, em São Paulo. Mas, como banda, este é o melhor momento até aqui.
A Lambuza precisava muito estar no palco de um festival tão grande quanto o Somos Rock para ter a oportunidade de mostrar nosso som autoral para tanta gente, uma multidão. Estamos muito felizes e esperamos voltar a esse festival mais vezes, quem sabe até como atração principal.
Bernardo Cantele
A banda traz referências da nova MPB e do Pop Rock brasileiro, como Lagum, Jovem Dionísio, Gilsons e Silva, além de uma veia punk rock dos anos 2000 herdada do início da carreira, inspirada em nomes como Forfun, Dibob, Scracho e Darvin.
“O público pode esperar um show muito potente, pra cima, com visceralidade. Nas gravações as músicas têm um arranjo mais soft, mas no palco transformamos em algo muito mais explosivo”, resume.
Quando fala sobre a trajetória e os desafios da banda, Bernardo destaca que o amadurecimento do projeto é visível em comparação a experiências anteriores. Hoje, os objetivos estão mais claros, mas os obstáculos permanecem: levar a música autoral para além do Espírito Santo e superar as barreiras financeiras e estruturais.
Quanto ao futuro, os planos são ambiciosos. A banda acredita no alcance nacional e vê no festival Somos Rock um passo fundamental nesse caminho.
“Temos muita confiança que vamos atingir um nível nacional em algum momento. A ideia é trabalhar muito para que eventualmente façamos shows nas grandes cidades como São Paulo, Rio e BH, e depois seguir crescendo a base de fãs em estados cada vez mais distantes. Escreve aí, estaremos lá”, projeta, em tom bem-humorado.
Limbo7
Fagner Entringer, vocalista da Limbo7, banda capixaba que mistura influências do metal, hardcore e rock nacional com sonoridade própria e energética, fala sobre a origem do nome do grupo, uma escolha que reflete a identidade única da banda, que tem um caráter livre e irreverente. “A gente achou muito maneiro a forma que soava e decidimos deixar assim, bem aleatório mesmo.”
Sobre a importância de estar entre os finalistas, Fagner destaca que o festival representa uma oportunidade de mostrar a Limbo7 para um público maior, valorizando um estilo muitas vezes pouco reconhecido.
Para nós é uma oportunidade imensa de representar nosso estilo que muitas vezes é mal visto pelas pessoas. Então o evento é muito importante por conta disso, é um espaço que raramente nos dão. Podem esperar bastante energia, pro povo pular sem medo de ser julgado.
Fagner Entringer
Ele conta que as influências da banda são as capixabas Dead Fish e Mukeka di Rato, mas o som deles é algo mais parecido com o que o Sepultura toca. O vocalista ainda prometeu um show enérgico, para o “povo pular sem medo de ser julgado.”
Sobre a trajetória da Limbo7 e os desafios enfrentados, Fagner comenta que construir espaço no cenário autoral do Espírito Santo não é tarefa fácil, mas que a banda vem conquistando seu lugar.
“Acho que toda banda tem altos e baixos, ainda mais em um estado emergente como o nosso, em que é raro bandas como a nossa ter algum espaço. A gente conquistou esse espaço e hoje em dia tocamos com muitos artistas fora do nosso próprio nicho. Nossa maior meta é furar a bolha.”
Ele também revelou que o álbum da banda está em produção e deve abordar tanto a cultura capixaba quanto a latina. “Esperamos levar o Espírito Santo conosco para todo lugar do Brasil.”
Somos Rock Festival
O Somos Rock Festival promete mais de 12 horas de música e experiências para toda a família. A edição capixaba acontece neste sábado, das 11h às 23h, na Praça do Papa, em Vitória.
O evento terá estrutura completa com segurança reforçada, praça de alimentação variada e área kids. O público poderá curtir brinquedos como tobogãs infláveis, cama elástica, touro mecânico e outras atrações, além de um passaporte para acesso livre à área infantil.
Os ingressos estão disponíveis na Zig.Tickets e o festival contará com três setores: Arena Somos Rock, Front Stage e Lounges (este último já esgotado). Valores variam de R$ 130 (meia arena) a R$ 420 (inteira Front Stage). Quem optar por ingresso solidário deve entregar 1kg de alimento na entrada.