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Na Bienal, Pedro Bandeira lança 'A Droga da Amizade'

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São Paulo – Há 30 anos, Pedro Bandeira lançava A Droga da Obediência, o primeiro volume da coleção os Karas – que o consagrou não só como um dos principais nomes da literatura juvenil, mas também como um dos maiores best-sellers do País. Com mais de uma centena de livros publicados, ele já vendeu, segundo sua editora, 30 milhões de exemplares.

Outros quatro títulos se seguiram à A Droga da Obediência (quase 2 milhões de cópias vendidas – a metade para o governo), e Pedro Bandeira se viu numa encruzilhada: como, em pleno século 21, escrever uma nova aventura para Miguel, Chumbinho, Calu, Crânio e Magrí, os alunos do Colégio Elite que solucionavam, secretamente, crimes numa época em que não existia celular e a internet não passava pelo sonho dos meninos sem fazer referência às novas tecnologia?

Hoje, 14 anos depois do último lançamento, Pedro encontrou um jeito de resolver a questão. Ele lança, nesta quinta-feira, 28, às 14 horas, num bate-papo com Ziraldo e Eva Funari na Bienal, A Droga da Amizade. Autor também de A Marca de Uma Lágrima e O Mistério de Feiurinha, Bandeira falou ao jornal O Estado de S.Paulo.

Questionado como foi ficar 14 anos longe dos personagens, ele conta que “nNão fiquei tão longe; eu tentei. Fiz uma história que teria computadores e hackers, mas, enquanto escrevia, aqueles modelos que eu usava saíam de moda. Usei o enredo para A Droga de Americana porque os personagens estavam vivos. São jovens no início da adolescência, quando o ser humano começa a tomar contato com um mundo maior do que o seu umbigo, que a casa e a escola e começa a ter opiniões, a ver problemas sociais e sente vontade de atuar. Mas como escrever uma história sem que eles pesquisassem no Google, por exemplo”

O autor disse também que o sucesso vem da identificação. “O pré-adolescente está saindo da infância e querendo se tornar um ser social. O livro funciona como um espelho e ele se sentem na pele dos personagens. Recebi a carta de uma juíza que me disse: ‘Cada vez que pego um processo, penso como um ‘Kara’ agiria numa hora dessas’. É uma vitória”.

Para ele, o adolescente não mudou. “Não. Era assim no século 5.º e será assim no século 50. Por que A Droga da Obediência vende mais hoje do que quando foi lançado? Não importa a tecnologia, o ser humano será sempre o ser humano e a literatura trata dos sentimentos – não fala sobre o agora. As pessoas podem amar de um jeito diferente, mas ainda é amor. No meu tempo, pegar na mão de uma menina era um fuá. Hoje, eles ficam, se beijam, se lambem e eu, velho, fico escandalizado. Mas ainda é amor. Fico muito feliz por ter conseguido criar um clássico”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.