Entretenimento e Cultura

Orquestra do Klangverwaltung se apresenta na Sala SP

Orquestra do Klangverwaltung se apresenta na Sala SP Orquestra do Klangverwaltung se apresenta na Sala SP Orquestra do Klangverwaltung se apresenta na Sala SP Orquestra do Klangverwaltung se apresenta na Sala SP

São Paulo – Duas grandes obras da música ocidental – a Sinfonia n.º 7 de Beethoven e a n.º 4 de Bruckner – serão apresentadas esta semana na Sala São Paulo pelas mãos da Orquestra do Klangverwaltung, fundada em Munique (1997). Com direito a um pouco de Mozart na mistura: o Concerto para Piano e Orquestra n.º 17. E, entre todas elas, um diálogo natural, na opinião do maestro alemão Enoch Zu Gutenberg, que rege os concertos desde esta terça-feira, 30, até quarta, 1, pela temporada do Mozarteum Brasileiro.

A Klangverwaltung reúne músicos de diversas orquestras alemãs. É, por isso mesmo, segundo Gutenberg, um grupo diferente. “Nós nos entendemos como uma união de artistas que falam a mesma língua”, afirma. “É claro que cabe ao maestro definir a interpretação, mas cada instrumentista tem o direito e o dever de colocar questões sobre o que fazemos e, claro, introduzir as próprias ideias artísticas. A vantagem é que, no final, 100% dos músicos concordam com o que fazemos no palco”, conta também.

A escolha de repertório também é feita em comum. E, para os concertos em São Paulo, a ideia foi estabelecer relações entre grandes mestres da música germânica – de Mozart a Bruckner, mas evocando também autores como Haydn. “A Sinfonia n.º 7 de Beethoven, à primeira vista, nos relembra a Viena do classicismo, com forte influência de Haydn. Mas, num segundo momento, ela se coloca como uma composição altamente dramática de um artista revolucionário cuja influência segue até o fim do romantismo, o final do século 19, e fica clara em uma obra como a Sinfonia n.º 4, Romântica, de Bruckner”, informa o regente Gutenberg.

Para o maestro, é possível apontar algumas semelhanças entre as duas sinfonias. “Os segundos movimentos das duas obras são a expressão da resignação humana, assim como na última parte das sinfonias há a tentativa de descrever sentimentos quase existenciais”, explica ainda. “Ao mesmo tempo, porém, no primeiro e no terceiro movimentos, enquanto Beethoven está muito próximo da referência do classicismo, Brucker pinta dois quadros gigantescos sobre a natureza.”

Intérprete do Concerto n.º 17, o pianista vienense Stefan Stroissnig inclui a peça de Mozart nessa tradição da qual fazem parte Beethoven e Bruckner. Ressalta que seria difícil dizer que um concerto de Mozart é melhor do que outro. “Mas este com certeza é um dos mais belos e melódicos que ele escreveu. E, de certa forma, tocá-lo é como fazer música de câmara. Para mim, a vida do músico só faz sentido com a combinação entre concertos, música de câmara, criação contemporânea e a atividade pedagógica. Cada uma dessas atividades afeta a outra. A diversidade no fazer musical o torna ainda mais humano e isso deveria ser seguido por todos os músicos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.