Entretenimento e Cultura

Pandemia causa incertezas na realização do Carnaval de 2021

O Carnaval de 1919, que ocorreu um ano após o surgimento da gripe espanhola e a um ano de seu fim, foi um dos mais festejados da história

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Foto: Divulgação

A pandemia do novo coronavírus está preocupando membros de escolas de samba de todo país. No Rio de Janeiro, o samba-enredo da União da Ilha do Governador, campeão carioca há 42 anos, reflete o momento atual. Assim como os Jogos Olímpicos de Tóquio, teve o seu calendário afetado, já surgem dúvidas sobre a realização do Carnaval em 2021.

De acordo com a Confederação Nacional Comércio (CNC), o impacto econômico do cancelamento do evento, que é o maior do país, seriam enormes. As atividades turísticas relacionadas à folia movimentaram cerca de 8 bilhões de reais em 2020.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi um dos primeiros a manifestar a hipótese de cancelamento. A incerteza também já afeta o calendário atual de eventos preparatórios. No Rio de Janeiro estão suspensos a feijoada da Portela e os encontros para a escolha do samba enredo da Mangueira. A incerteza econômica pode prejudicar a captação de recursos para a realização dos desfiles e blocos.

Segundo o coordenador da Plataforma De Estudos Do Carnaval da ESPM Rio, Marcelo Guedes, agosto é o mês limite para iniciar as preparações do evento. “Hoje a arrecadação é zero, os eventos promovidos pelas escolas e os ensaios em quadra, grandes fontes de receita para as escolas, estão cancelados”, diz Guedes. 

Prioridades

Enquanto isso, as pesquisas para uma vacina contra a covid-19 continuam com prioridade máxima. “O processo normal para se colocar uma vacina no mercado leva de 3 a 15 anos”, explica a bióloga que atualmente trabalha na área de desenvolvimento de negócios do World Mosquito Program (WMP) no Brasil, Flavia Teixeira. 

“Como há uma força tarefa de instituições públicas e privadas de muitos países, alguns especialistas acreditam em uma vacina antes do fim do ano, outros no prazo de um a dois anos”, completa. 

Para Flavia, é complicado falar sobre o Carnaval quando a curva no Brasil ainda está subindo, com diversos estados prolongando o período de quarentena até meados de maio.

Consequências

Caso o Carnaval 2021 seja cancelado, a arrecadação de impostos, a criação de vagas e o faturamento dos setores ligados ao turismo e ao comércio não serão possíveis ou sofreram perdas. Mas no momento, a única certeza é que o Carnaval 2021 não poderá ser realizado nos moldes de todos os anos. “Em uma possível realização do evento, poderá haver uma diminuição do tamanho das escolas e da produção de adereços e alegorias, que representam um forte percentual das despesas”, explica Marcelo. 

A pesquisadora da Plataforma De Estudos Do Carnaval da ESPM Rio, Carolina Ficheira, lembra que o Carnaval de 1919, que ocorreu um ano após o surgimento da gripe espanhola e a um ano de seu fim, foi um dos mais festejados da história. “Com as devidas diferenças entre as duas pandemias e todas as transformações na sociedade, o Carnaval de 1919 foi uma festa de redenção e comemoração”, diz. “A gripe foi, inclusive, tema de inúmeras marchinhas.”

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros

Produtor web

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, passou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, passou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.