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Regravação de 'Clara Crocodilo' comprova modernidade da obra 35 anos depois

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São Paulo – Arrigo pode parecer louco mas não é bobo. Sua reedição de Clara Crocodilo necessitava de uma formação à altura do Sabor de Veneno, o grupo original de 1980. Ele então se cercou primeiro de quem já falava sua língua, o pianista Paulo Braga e o guitarrista e outro estilista da Vanguarda como integrante do Premê, Mario Manga. Resolvidos piano e guitarra, duas das maiores encrencas, apostou no que estava dando certo em seu projeto paralelo, as meninas do Neurótico e as Histéricas.

Ao reescrever e regravar Clara Crocodilo, fez a parte instrumental dar três passos à frente, ganhando em pressão e abrangência de comunicação. Boca da Noite, Maridinho Adorado, Sabor de que, é como se tivessem sido criadas ontem, tamanho o frescor das gravações.

A embriaguez de sua estrutura é aparência. Tudo só funciona tão bem e se torna tão contagiante porque as coisas estão em seu devido lugar. Cada solo, cada convenção de baixo e bateria, guitarra e piano, todos ao mesmo tempo. A viagem é controlada pela escrita e quase não há espaços para improvisação.

Seria muita tensão se não fosse o relaxamento. E para se divertir tocando Arrigo deve ser uma saga. Depois de ouvi-lo, parece haver uma fase de prática e ensaios exaustiva até que chegue o dia de sorrir enquanto os dedos fazem o trabalho duro. E então, ressurge Clara Crocodilo, uma experiência transformadora feita em algum tempo que a música ainda não atingiu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.