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'Relatos Selvagens' completa três anos em cartaz em São Paulo

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– E o cinema latino-americano está fazendo história no Belas Artes, em São Paulo. Nesta segunda, 23, Relatos Selvagens completa três anos em cartaz. Três anos! É muito tempo, mas ainda faltam seis meses para bater o recorde de Alain Resnais, que ficou três anos e meio em cartaz no Belas Artes com Medos Privados em Lugares Públicos. Foi um marco no conjunto de salas, e tão importante que o hoje secretário municipal de Cultura, André Sturm, voltou a Resnais ao inaugurar o novo Belas Artes, em 2014.

Na época, Sturm contava que a permanência de Medos Privados começou meio que como uma piada. “O filme ia ficando e quando completou um ano já era uma lenda urbana.” Ele admitia que nunca entendeu direito a razão do sucesso, mas cerca de 80 mil pessoas viram o filme somente no seu cinema. “Acho que era porque o Resnais tratava os personagens com carinho e afeto. E, apesar de não ter final feliz, o filme passa a ideia de que a vida é difícil, mas vale a pena.” É um pouco o que se pode dizer do longa do argentino Damian Szafir. O filme expressa o mal-estar e a violência do mundo por meio de uma narrativa episódica.

Os dois homens que brigam na estrada, o casal que destrói o próprio casamento, o homem que se vinga da burocracia do Estado, etc. Existe hoje uma revoltas no mundo que o filme exacerba por meio do humor. O Brasil, ao longo desses três anos, viveu movimentos de rua, o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e agora assiste a uma crise institucional, com sucessivas tentativas para depor constitucionalmente um presidente impopular e alvo de graves denúncias.

O País radicalizou-se. As redes sociais viraram palco de agressões e ofensas – como no filme. É a Argentina, mas poderia ser o Brasil. Que o horror, filtrado pelo riso, permaneça na tela. Do elenco participam astros como Ricardo Darín, o número um do cinema argentino, e Leonardo Sbaraglia. E, para comemorar, Relatos Selvagens terá quatro sessões exclusivamente nesta segunda, 23, a preços populares – R$ 5 e R$ 10 -, às 13h40, 16h10, 18h40 e 21h10.