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Segundo dia de desfiles do Rio também tem momentos de tensão

Segundo dia de desfiles do Rio também tem momentos de tensão Segundo dia de desfiles do Rio também tem momentos de tensão Segundo dia de desfiles do Rio também tem momentos de tensão Segundo dia de desfiles do Rio também tem momentos de tensão

Rio – O segundo dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio, na Marquês de Sapucaí, foi iniciado com problemas num carro alegórico da União da Ilha, o que aprofundou o clima de apreensão causado pelo acidente com uma alegoria do Paraíso do Tuiuti no domingo.

A Ilha, que carnavalizou tradições e ritos de povos bantos, teve dificuldade para manobrar seu quinto e penúltimo carro, que era muito grande e acabou ficando mais próximo do que deveria do gradil do setor 1, justamente onde, no domingo, 20 pessoas ficaram feridas com o choque do carro do Tuiuti (uma delas ainda corre risco de vida).

Fez-se um buraco na avenida, o que pode resultar em perda de pontos para a Ilha. O fim do desfile também foi tumultuado. O mesmo carro empacou na dispersão, foi empurrado e bateu (sem força) no estúdio de transmissão da TV Globo. A sexto alegoria, na sequência, não conseguia passar por conta disso.

Houve desespero de integrantes da escola para que se liberasse o caminho. Por fim, a Ilha conseguiu encerrar sua apresentação em cima do laço: cumpriu exatos 75 minutos, o máximo permitido a partir desse ano (até 2016, eram 82).

O público do setor 1 se surpreendeu com a reincidência do problema em frente às suas arquibancadas – este tipo de ocorrência não é comum no sambódromo. A plateia já havia sido pega de surpresa com a instalação de uma grade de reforço junto às arquibancadas, forma encontrada de proteger os espectadores caso outro acidente ocorresse.

A Ilha fez uma leitura poética dos ensinamentos da cultura africana sobre a passagem do tempo. O carnavalesco Severo Luzardo usou bem as cores da agremiação, azul, branco e vermelho, em fantasias e alegorias que fizeram alusão aos quatro elementos, terra, fogo, água e ar, a vulcões e mares. Atabaques na bateria de Mestre Ciça emprestaram tempero extra africano ao samba.

O acidente de domingo fora provocado por um problema num carro alegórico, que, desgovernado, imprensou pessoas contra a grade, esmagando-lhes os membros inferiores. Hoje, ainda desfilam São Clemente, Mocidade, Unidos da Tijuca, Portela e Mangueira.