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Crítica: "Wandinha" fecha a 2ª temporada em grande estilo

Troca de corpo, novos vilões e a participação especial de Lady Gaga ajudam a expandir o universo sombrio da série. Leia crítica completa

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Cheia de surpresas, a segunda temporada mostra que o bizarro continua sendo seu maior trunfo (Foto: Reprodução/X/@wednesdayaddams)
Cheia de surpresas, a segunda temporada mostra que o bizarro continua sendo seu maior trunfo (Foto: Reprodução/X/@wednesdayaddams)

Após uma primeira parte abraçada no sombrio, a segunda metade da nova temporada de “Wandinha” começa como uma porta rangendo na escuridão: hesitante, incerta e ainda assombrada pelos ecos anteriores.

O início fecha algumas pontas, mas sem grande impacto até então, funcionando mais como preparação do que como clímax. Mas é só no episódio seguinte que essa parte da série realmente mostra os dentes.

Cada episódio, uma nova surpresa

Inspirado em “Sexta-Feira Muito Louca”, o capítulo traz uma troca de corpos comandada por Lady Gaga, em uma participação especial breve, mas tão excêntrica quanto memorável. Além disso, a amizade entre Wandinha e Enid ganha destaque, reacendendo uma conexão que, na parte anterior, muitos sentiram falta.

Em seguida, a trama mergulha em uma nova premonição, aumentando ainda mais as tensões. É aí que Barry Dort, interpretado por Steve Buscemi, se revela como um antagonista fascinante, entregando um dos melhores personagens da temporada.

Mas nem tudo brilha, as tramas secundárias com a nova professora e o interesse amoroso repentino de Enid soam descartáveis, como convidados indesejados que insistem em ficar na festa.

Química entre Jenna Ortega e Emma Myers volta a ser destaque (Foto: Reprodução/X/@wednesdayaddams)

Ainda assim, os grandes momentos justificam todo o espetáculo. O novo baile da escola é um deles. Enid e Agnes formam uma dupla improvável e muito carismática, e brilham juntas ao som de “The Dead Dance” — que não chega a rivalizar com a icônica dança de Wandinha, mas tem sua própria morbidez encantadora.

Bons ganchos para o futuro

O desfecho mergulha no passado do zumbi Slurp, ampliando seu peso na trama e deslocando o Tyler, vilão do primeiro ano, para um arco de redenção discreto ao longo desta segunda parte.

A escolha abre espaço para os dois novos antagonistas da série assumirem o protagonismo do lado mais sombrio da narrativa, enquanto o enredo prepara maliciosamente o terreno para a já confirmada terceira temporada.

No fim, a segunda temporada de “Wandinha” reafirma sua força na estranheza, no grotesco e no delicioso absurdo que só a Família Addams sabe entregar.

Apesar de deslizes e personagens desperdiçados, a produção da Netflix transforma sombras em espetáculo e gargalhadas mórbidas em entretenimento de primeira. Afinal, o mundo é sempre mais interessante quando está ligeiramente fora do lugar.

Gabriel Miranda

Repórter

Jornalista em formação pela Estácio de Sá, faz parte da redação da TV Vitória e está à frente do quadro "Só Soundtrack Boa" na Jovem Pan Vitória. Com olhar atento e conhecimento de cinema e cultura pop, escreve sobre filmes, séries, bastidores e tudo que movimenta esse universo pop.

Jornalista em formação pela Estácio de Sá, faz parte da redação da TV Vitória e está à frente do quadro "Só Soundtrack Boa" na Jovem Pan Vitória. Com olhar atento e conhecimento de cinema e cultura pop, escreve sobre filmes, séries, bastidores e tudo que movimenta esse universo pop.