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Susanna Lira mostra presença feminina como essencial em 'As Damas do Samba'

Susanna Lira mostra presença feminina como essencial em ‘As Damas do Samba’ Susanna Lira mostra presença feminina como essencial em ‘As Damas do Samba’ Susanna Lira mostra presença feminina como essencial em ‘As Damas do Samba’ Susanna Lira mostra presença feminina como essencial em ‘As Damas do Samba’

São Paulo – Muita gente já acusou de machista o ambiente do samba. Susanna Lira procura mostrar não apenas que a mulher tem vez como é elemento essencial na nossa mais importante manifestação musical. As Damas do Samba mescla registro histórico a outro, lírico, para mostrar como a presença feminina se dá desde as origens, a começar pela mitológica Tia Ciata, em cujo quintal o ritmo teria nascido.

Em hábil montagem, vão passando pela tela as mulheres que marcaram o samba, das indefectíveis Dona Zica e Dona Neuma, da Mangueira, a cantoras e compositoras como Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Alcione. Inclui passistas, aderecistas, diretoras de barracão, enfim, todas as que fazem e constroem essa complexa ópera que é um desfile de Escola de Samba, da integrante da ala das baianas à porta-bandeira.

O filme tem um eixo – garantido pela antropóloga Helena Theodoro, que lhe empresta consultoria – em torno do qual se distribuem momentos pontuais de alumbramento. Destaque para dois, em especial, quando Beth Carvalho “incorpora” Clementina de Jesus e canta com sua voz afro; o outro, em que Dona Ivone Lara canta, a capela, sua música Sonho Meu. Esse longo plano, em close, da artista, talvez seja o mais emocionante do ano, no cinema brasileiro. Já vale o filme.

Que, no entanto, tem muito mais a oferecer. Construído com ritmo, amor e senso estético, As Damas do Samba é porta de entrada original a essa grande arte popular. Ao que o Brasil tem de melhor, aliás. Só não vê quem é ruim da cabeça ou doente do pé. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.