Praia da Areia Preta em Guarapari
Praia da Areia Preta, em Guarapari. Foto: Sobre Voar/Rede Vitória

A cidade de Guarapari começou a adotar as novas regras para a entrada de veículos de turismo no município. Dentre as determinações estão taxas de cobrança para ônibus de turismo e excursão, que está em fase de implantação, e também a proibição de que esses veículos acessem a cidade trazendo itens como: fogões, botijões de gás, geladeiras e até alimentos.

A prefeitura explicou que as medidas, que fazem parte do Projeto Ruas Livres, passam a exigir uma tarifa de R$ 60,79 para os veículos de excursão estacionarem no novo estacionamento público municipal.

Já a taxa de embarque e desembarque (R$ 8,50 cada), R$ 17 ao todo, ainda não é cobrada e passará a valer após o período de transição, afirmou a prefeitura.

O decreto com as regras foi publicado nesta quinta-feira (4). Em nota, o município argumentou que não existe taxa de turismo em Guarapari, pois o turista não paga para entrar e permanecer na cidade. As novas tarifas, segundo explicação da prefeitura, são exclusivas para os veículos de turismo e excursão.

Estacionamento público passa a ser obrigatório

O veículo poderá deixar os turistas na casa de aluguel ou ponto de hospedagem e, em seguida, seguirá obrigatoriamente para o estacionamento público.

O turista é muito bem-vindo na nossa cidade. Esses veículos já pagavam outros estacionamentos que não eram legalizados. O que muda é que teremos o estacionamento público”.

Rodrigo Borges, prefeito de Guarapari

Ainda de acordo com a prefeitura, o novo estacionamento público de Guarapari contará com estrutura completa de apoio, incluindo banheiros, segurança e serviços essenciais.

Como os ônibus de turismo costumam transportar cerca de 45 passageiros, o custo individual para cada turista é de aproximadamente R$ 1,33.

A prefeitura destacou que o valor arrecadado será revertido ao município e destinado a subsidiar o transporte público, com melhorias como a ampliação da frota.

A taxação de ônibus de excursão está no plano de turismo municipal lançado em setembro pela prefeitura e pretende levar melhorias à cidade. O plano estabelece diretrizes até 2035, com foco em tornar Guarapari referência em turismo sustentável e de alto valor agregado.

Proibidos: alimentos, botijões e fogões

O decreto estabelece normas sobre o ingresso de veículos de turismo em Guarapari. Fica proibida a entrada de mantimentos, alimentos, itens inflamáveis, utensílios domésticos ou equipamentos como fogões, botijões de gás, geladeiras, freezers, aparelhos de ar-condicionado ou equipamento que comprometa a segurança pública ou contrarie normas municipais.

A proibição passa a valer imediatamente. Mas, durante o período de transição, estão sendo ajustados os procedimentos e orientações para uma implementação gradual e organizada, diz a prefeitura.

Barreiras sanitárias implantadas

Para organizar a entrada dos veículos, serão implantadas três barreiras sanitárias: em Porto Grande, Village do Sol, e na entrada da BR-101.

Nos locais, haverá fiscalização dos itens transportados. Caso o pagamento do DAM (Documento de Arrecadação Municipal) do estacionamento não tenha sido feito antecipadamente, o responsável deverá quitá-lo na hora.

Associação reclama de valor das taxas

Segundo o presidente da Associação de Proprietários de Imóveis em Guarapari (Apiguapa), Alexandre Valim, a entidade não é contra a implementação de taxas para os ônibus de turismo, mas pede que os valores sejam revistos.

Não temos problema nenhum em pagar taxas, desde que sejam condizentes com a realidade.”

Alexandre Valim, presidente da Apiguapa

Ele afirma que foi sugerido à prefeitura a implantação de ruas em que ônibus e caminhões não pudessem circular, além de pontos de embarque e desembarque para os turistas.

A ação seria voltada para viabilizar a entrada dos veículos para deixar os clientes e o retorno para o estacionamento público.

De acordo com Valim, apenas 4% dos turistas de Guarapari utilizam ônibus de excursão, mas o serviço é fonte de renda de quase 10 mil munícipes, em sua maioria idosos. Ele alega que o grupo perdeu 60% dos clientes por falta de informação sobre o decreto.

Enzo Bicalho, estagiário do Folha Vitória
Enzo Bicalho Assis

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Foi estagiário do Folha Vitória entre novembro de 2024 e outubro de 2025 e é repórter desde novembro de 2025.

Jornalista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Foi estagiário do Folha Vitória entre novembro de 2024 e outubro de 2025 e é repórter desde novembro de 2025.