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Verdades Secretas foi uma novela abusada, diz diretor

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– “Cara, foi uma novela abusada.” Foi assim que o diretor Mauro Mendonça Filho justificou o prêmio Emmy Internacional (considerado o Oscar da TV) de melhor telenovela, recebido por Verdades Secretas, na festa acontecida na noite de segunda-feira, 21, em Nova York.

A produção de Walcyr Carrasco desbancou A Regra do Jogo e novelas do Canadá e das Filipinas. Parte do elenco estava presente na cerimônia realizada no Hotel Hilton New York, inclusive Grazi Massafera – que concorria na categoria de melhor atriz, que acabou indo para Christiane Paul.

Mauro não foi à premiação – falou com o Estado por telefone de Siracusa, na Itália. Mesmo à distância, era possível notar como o assunto lhe provocava um largo sorriso. “Novela ou série, Verdades Secretas foi um produto híbrido cuja temática era abusada, mas que não foi tratada de forma maniqueísta, daí o motivo de seu sucesso de público”, disse ele, que também dirigiu outra obra premiada pelo Emmy em 2012, a novela O Astro.

Exibida na Globo entre junho e setembro de 2015, Verdades Secretas tinha uma trama baseada no submundo da moda. Ao explorar os limites humanos em relação a obsessão, dinheiro e prazer, a história centrava-se na linda jovem Angel (Camila Queiroz) que, ao chegar a São Paulo disposta a se tornar modelo, deixa-se levar por uma realidade sombria, e se envolve em prostituição, tornando-se a obsessão de um rico empresário, Alex (Rodrigo Lombardi). A novela também abordou questões como o mundo das drogas a partir da modelo Larissa (Grazi Massafera), que abandona as passarelas ao se viciar em crack.

“São assuntos delicados, que o público habitualmente não acompanha, mas, por outro lado, o telespectador gosta de ser subvertido, de ser abduzido por uma história que, contada com humanidade, ele acompanha, mesmo que o assunto seja algo que o incomode”, observa Mauro. “O lado transgressor da novela mexeu com um vasto público, que entendeu os problemas daqueles personagens por baixo da prostituição e das drogas.”

É relevante um trabalho como Verdades Secretas ser premiado no Emmy, acredita o diretor, pois indica o acerto da Globo em continuar apostando em produtos que se diferenciam do trivial. “São experimentações que gosto de fazer, assim como o José Luiz Villamarim e o Luiz Fernando Carvalho, para citar apenas alguns. Gostamos de novelas da pá virada, todos optamos por algo que quebre a narrativa. Em Verdades Secretas, não havia os cortes tradicionais de uma novela, a narrativa era de um seriado e procurei utilizar os melhores recursos de cada um. É o que torna a telenovela brasileira imbatível quando comparada às internacionais.”