Economia

Administradores judiciais citam que Oi previu situação crítica já em 2016

Administradores judiciais citam que Oi previu situação crítica já em 2016 Administradores judiciais citam que Oi previu situação crítica já em 2016 Administradores judiciais citam que Oi previu situação crítica já em 2016 Administradores judiciais citam que Oi previu situação crítica já em 2016

Rio – A situação da Oi em relação a geração de caixa e a capacidade de pagamento se tornaria crítica antes do final de 2016 se a companhia não tomasse ações rápidas para reestruturar a sua dívida, aponta documento entregue à Justiça pela PricewaterhouseCoopers (PwC) e pelo escritório de advocacia Arnoldo Wald, administradores judiciais do processo de recuperação judicial da tele. A operadora entrou com pedido de recuperação judicial no dia 20 de junho, com dívidas que somam cerca de R$ 65 bilhões.

“As recuperandas entendem que, em consonância com os aspectos apresentados, sem que fossem tomadas ações rápidas para a reestruturação de sua dívida, a sua situação quanto à geração de caixa e capacidade de pagamento se tornaria crítica antes do final do ano de 2016”, diz o relatório preliminar apresentado à 7ª Vara Empresarial do Rio, responsável pelo processo da Oi.

As multas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) são apontadas como um dos motivadores citados pelos administradores para a atual situação financeira do grupo. São cerca de R$ 10 bilhões, informa o relatório. O documento apresenta os motivos que levaram a companhia à crise, além de listar o histórico das empresas do grupo em recuperação judicial e traz ainda a relação de credores por segmentos.

O volume crescente de recursos retidos em depósitos judiciais também é destacado. O documento aponta retenção de mais de R$ 14 bilhões em depósitos judiciais. “A retenção afetou a liquidez, sendo que decorre da sujeição à fiscalização nas diversas esferas governamentais (aspectos regulatórios, fiscais, trabalhistas e cíveis)”, diz.

É citado que o ambiente regulatório desafiante resultou em forte histórico de processos contra a Oi. Além disso, é apontado um conjunto de motivadores “mais puramente financeiros e de gestão dos negócios, tais como a evolução da crise financeira e na relação geração de caixa versus dívida do grupo”.

Os administradores judiciais citam que, por meio da análise das informações recebidas da administração das empresas, é possível observar a deterioração da posição de endividamento, tanto financeiro (empréstimos e financiamentos) quanto operacional (contas a pagar) e nos aspectos litigiosos (valores a pagar de natureza jurídica e retenções a título de depósito judicial) e regulatórios (multas administrativas).

Pendências

A PwC e o Arnoldo Wald citam que, até a data de finalização do relatório, não receberam todas as informações solicitadas às empresas. “O que limitou o aprofundamento da análise de variações em alguns dos saldos patrimoniais e dos resultados mais recentes das empresas, bem como a análise e validação em detalhes da lista de credores produzida pela administração das recuperandas”, dizem. Apesar disso, o entendimento é de que a administração está “envidando esforços para que os próximos relatórios mensais de atividades sejam mais completos e robustos”.

Os administradores judiciais também relatam que têm feito encontros com diversos credores e outros interessados no plano de recuperação judicial, como a Bratel (subsidiária da Pharol, maior acionista individual da Oi).

Também citam reuniões com o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, que trava uma batalha com os portugueses. Tanure quer destituir os membros do conselho de administração ligados à Pharol e nomear os seus indicados.