Fev 2024
14
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Desempenho histórico foi puxado pela disparada de 503,5% nos embarques de conilon e robusta

Em janeiro deste ano, destaca-se as remessas da espécie canéfora, composta pelas variedades conilon e robusta. Elas tiveram uma evolução de 503,5%, totalizando 457.787 sacas, o que representa 11,56% do total exportado. Enquanto isso, o café arábica manteve a liderança, com 3,2 milhões de sacas (80,98%), seguido pelos produtos do segmento solúvel, com 293.467 sacas (7,41%), e do setor de torrado e torrado e moído, com 1.898 sacas (0,05%).

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, comenta que a performance das exportações brasileiras de café em janeiro foi boa, principalmente diante do cenário global de conflitos geopolíticos, que têm impactado o tráfego de navios no Mar Vermelho; da forte seca na região do Canal do Panamá, diminuindo o fluxo de embarcações; e da continuidade dos gargalos logísticos no Brasil.

“Até o momento, não tivemos impacto concreto nos embarques de café do Brasil, mas temos ciência que, se permanecerem os ataques na ligação entre o norte da África e o Oriente Médio, assim como a falta de chuvas na América Central, certamente a elevação nos custos dos fretes ou a escassez de embarcações poderá complicar ainda mais o cenário no Brasil, onde os exportadores já têm se deparado com alta nos custos devido a constantes atrasos e alterações nas escalas dos navios e curtos períodos de aberturas de gates“, analisa.

O Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup de tecnologia no segmento logístico ElloX Digital em parceria com o Cecafé, revela que o índice de alteração de escalas e atrasos de navios com café no Porto de Santos, por exemplo, alcançou 85% em janeiro de 2024. Essa situação agravou um cenário já crítico, que havia registrado seus maiores percentuais nos três últimos meses de 2023: 76% em outubro e dezembro, e 81% em novembro.

“Esse problema se alastra desde o ano passado, quando ciclones e tempestades tropicais ocorreram na Região Sul do Brasil e direcionaram as embarcações dos portos sulistas para outros destinos, como Santos, o que gerou acúmulo de cargas nos demais complexos portuários brasileiros. Diante disso, os exportadores de café têm enfrentado adiamentos regulares de embarques e curto tempo de abertura de gates devido aos pátios estarem lotados de contêineres, o que dificulta o recebimento de outras cargas em função das limitações físicas de espaço no terminal santista”, revela.

Apesar dos desafios logísticos e problemas de infraestrutura, Ferreira salienta o crescimento das exportações cafeeiras do país, impulsionadas principalmente pelo desempenho das variedades canéforas.

Ele observa que o robusta e o conilon brasileiros continuam altamente competitivos no mercado mundial, preenchendo o déficit ocasionado por quebras de safra em importantes produtores, como Vietnã e Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores mundiais da variedade, respectivamente. Isso é evidenciado pelo aumento exponencial das importações de café brasileiro por parte desses países.

No que diz respeito aos principais destinos das exportações brasileiras de café, o desempenho positivo também é impulsionado pelo aumento das compras por parte dos principais parceiros comerciais. Durante o inverno no Hemisfério Norte, o consumo de café aumenta, e essa demanda é naturalmente atendida pelas origens produtoras, incluindo o Brasil. No mês passado, a Alemanha assumiu a liderança do ranking, seguida pelos Estados Unidos, Bélgica, Japão e Itália.

Além disso, o aumento das importações de café do Brasil por parte das nações do Hemisfério Norte reflete-se no crescimento das remessas do produto para os continentes da parte superior do planeta. A Europa, América do Norte e Ásia experimentaram aumentos significativos nas compras de café brasileiro em janeiro de 2024, indicando uma tendência de crescimento nas exportações para essas regiões.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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