Economia

Agronegócio quer barrar volta da contribuição previdenciária

Agronegócio quer barrar volta da contribuição previdenciária Agronegócio quer barrar volta da contribuição previdenciária Agronegócio quer barrar volta da contribuição previdenciária Agronegócio quer barrar volta da contribuição previdenciária

Brasília – Exportadores do setor agrícola estão preocupados e se movimentam para derrubar no Congresso Nacional um dos pontos previstos na reforma da Previdência: o fim da isenção da contribuição previdenciária sobre exportações rurais. Após o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ter feito viagens ao exterior justamente para abrir mercados para as exportações agropecuárias brasileiras, o governo Michel Temer resolveu aumentar a tributação dos produtores que vendem para fora do País.

Anunciada pelo Planalto no dia 6, está prevista como parte da reforma a cobrança da alíquota de 2,5% sobre a renda bruta do produtos agropecuários exportados. A equipe econômica espera arrecadar R$ 6 bilhões por ano para reforçar o caixa da Previdência. A mudança não faz parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), já que pode ser feita por Projeto de Lei (PL), mas foi uma das propostas apresentadas para reduzir a despesa previdenciária.

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins, já adiantou que a entidade é contra a taxação. “Precisamos mostrar ao governo os impactos que isso irá causar. Vale a pena criar um problema para um setor que é competitivo?”, afirmou. Martins ainda defendeu a reforma da Previdência, mas disse que não se deve penalizar a sociedade.

Os exportadores alegam que foram “pegos no susto” e que não foram chamados para debater a taxação. Mesmo outras pastas do governo também não participaram das discussões.

“Foi uma surpresa. A proposta deixa claro que o setor exportador não é prioridade para o governo. O atual superávit comercial dá a impressão que está tudo bem, mas esse será o quinto ano consecutivo de queda nas exportações”, apontou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a medida apenas iguala o tratamento dado às exportações da indústria, que tem o mesmo recolhimento para o INSS.

Procurado, o Ministério da Agricultura pediu mais tempo para analisar a proposta

Até o momento, a balança comercial tem saldo positivo em US$ 44,1 bilhões, mas as exportações de US$ 174,1 bilhões registram uma queda de 3,7% em relação ao mesmo período de 2015. O superávit se dá pela queda de 21,3% nas importações na mesma comparação.

De acordo com a CNA, a previsão é que as exportações do agronegócio atinjam US$ 86 bilhões, uma queda de 2,5% em relação ao ano passado. Com a taxação proposta, as vendas de soja, açúcar e carnes, que respondem por uma parcela expressiva das exportações brasileiras, serão as principais impactadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.