O que veio antes: a galinha ou o pomerano? A piada pode perder um pouco da força quando feita assim, mas faz todo o sentido quando analisamos a “capital brasileira do ovo“, que fica no coração das montanhas capixabas.
Santa Maria de Jetibá, onde a língua pomerana se mantém viva, ajuda a abastecer o Brasil com ovos de Norte a Sul. O município é responsável por 91,3% da produção estadual do alimento.
Para se ter ideia, a cidade, que conta com 41.636 habitantes, tem mais galinhas do que gente. Pense bem, para cada ser humano, há 400 aves no município, o que significa que em Santa Maria vivem 17 milhões de galinhas.
Estas galinhas são responsáveis por botar 15 milhões de ovos por dia, o que corresponde a 5 bilhões de ovos por ano.
A cidade foi inclusive palco do programa “Domingo Espetacular”, da Record, que foi até Santa Maria para entender um pouco mais sobre a tradição quase centenária da produção de ovos.
Negócio de pai para filho
Na capital brasileira dos ovos, a avicultura é uma atividade passada de pai para filho. É o caso do avicultor Erasmo Berger, que deu início aos negócios da família em dezembro de 1962.
“Estou levando meus netos para seguir aquilo que eu comecei há 63 anos, que serão completados agora em dezembro”, disse, em entrevista ao Domingo Espetacular.
Para o filho dele, Carlos Berger, dar continuidade aos negócios da família é fundamental para levar um produto de qualidade à mesa dos brasileiros.
Ele conta que o período de produção tem início ainda com os pintinhos, até o início da produção dos ovos, que pode levar até três meses.
“Saber que você está produzindo o melhor alimento do mundo, que só perde para o leite materno, é um prazer. A gente adquire o pintinho de um dia, e ele entra no período de cria e recria”, contou.
Tradição centenária
O Espírito Santo é o quarto maior produtor de ovos do país, com cerca de 1,4 bilhão de ovos por mês, e movimenta nada menos do que R$ 3,3 bilhões por ano, segundo a Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves).
Além disso, todo o mês também nascem cerca de 4 milhões de pintinhos, que se tornam frangos.
Em Santa Maria de Jetibá, criar as aves é uma tradição quase centenária, como conta a aposentada Amália Sumach, de 87 anos.
A família dela já se dedica à criação de galinhas e produção de ovos há quase um século e ajudava, inclusive, a abastecer as gôndolas de supermercados na Capital.
“Nós tínhamos muitas galinhas, muitos ovos. Tinha caminhão grande, caminhão pequeno, para levar para Vitória”, disse.
*Com informações do Domingo Espetacular