As exportações brasileiras de mamão somaram 46,3 mil toneladas entre janeiro e outubro de 2025, um avanço de 29,1% em relação ao mesmo período de 2024. Apenas em outubro, o volume embarcado ficou 26% acima do registrado no mesmo mês do ano passado e 8,4% maior na comparação com setembro. O faturamento no acumulado do ano chegou a US$ 62,6 milhões, crescimento de 31,2% frente aos dez primeiros meses de 2024.
Os principais destinos foram Portugal (31%), Espanha (16%), Reino Unido (12%) e Países Baixos (7%). Na origem das exportações, os estados que mais embarcaram o fruto foram Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará.
Segundo estimativas da Conab, o ritmo aquecido deve continuar devido à forte demanda europeia. A evolução dos embarques, no entanto, dependerá da oferta de mamões de boa qualidade, uma vez que intempéries climáticas podem comprometer parte da produção.
Espírito Santo segue como maior exportador de mamão do Brasil
Líder nacional na produção e exportação do fruto, o Espírito Santo registrou avanço nas vendas externas entre janeiro e outubro de 2025. O estado embarcou 18,6 mil toneladas no período, frente às 15,8 mil toneladas exportadas em 2024 – um aumento de 18%. Em valor, o faturamento chegou a US$ 27,2 milhões, alta de 17% em comparação com os US$ 23,2 milhões movimentados no mesmo período do ano passado.
Os principais compradores do mamão capixaba foram Portugal, Estados Unidos, Espanha, Reino Unido e Países Baixos.
Em 2024, o Espírito Santo havia exportado US$ 28,3 milhões em mamão, crescimento de 34,5% em relação a 2023 (US$ 21 milhões). O volume embarcado no ano passado foi de 19,45 mil toneladas, alta de 35,9% frente às 14,31 mil toneladas de 2023. Em 2024, o mamão foi o quinto item em geração de divisas entre os produtos do agronegócio capixaba.
Mercado do mamão
No mercado interno, as cotações registraram queda média de 5,05% em outubro, puxadas principalmente pela forte retração na Ceagesp/SP, onde os preços do mamão recuaram 19,88%. Por outro lado, houve altas expressivas em alguns entrepostos, como Ceasa/AC em Rio Branco (+71,8%), Ceasa/PR em Curitiba (+13,04%) e Ceasa/GO em Goiânia (+11,8%). Nas demais Ceasas, as variações foram mais discretas.
Segundo a Conab, outubro foi marcado por pequenas oscilações de preços e por aumento da comercialização nos entrepostos. No início do mês, a combinação de demanda aquecida – impulsionada pelo recebimento dos salários – com menor oferta, especialmente de mamão formosa de boa qualidade, provocou alta nas cotações. Porém, ao longo da segunda quinzena, os preços se estabilizaram e chegaram a recuar, acompanhando a redução da demanda e o aumento da oferta. O clima mais quente também acelerou o amadurecimento dos frutos, ampliando a disponibilidade.
Nas regiões produtoras do Rio Grande do Norte e do Ceará, que abastecem o mercado nordestino e também exportam, a oferta mais contida pressionou os preços em alguns mercados locais.
A Bahia e o Espírito Santo lideraram o envio de mamão às Ceasas: 13,67 mil toneladas (+1,86% frente a setembro) e 12,66 mil toneladas (+5,4%), respectivamente. Em seguida apareceram cargas oriundas de Minas Gerais, Rio Grande do Norte, São Paulo e outras regiões produtoras menores. No total, as Ceasas analisadas comercializaram 34,55 mil toneladas em outubro, um aumento de 1,32% em comparação com setembro.
Na primeira metade de novembro, o mamão formosa apresentou comportamento heterogêneo nos entrepostos: enquanto na Ceasa/SP – Campinas houve elevação de 33,3%, na Ceagesp – São José do Rio Preto a queda foi de 11,1%.
Para o mamão papaya, os preços ficaram estáveis ou em alta, com destaque para Ceagesp/SP (+10%) e Ceasa/MT – Cuiabá (+20%).
Clima e perspectivas da safra
Previsões do Inmet indicam que as chuvas entre novembro e janeiro devem ficar dentro ou acima da média nas principais regiões produtoras de mamão. As temperaturas também devem permanecer elevadas, favorecendo o amadurecimento dos frutos. No entanto, chuvas intensas e persistentes podem estimular doenças fúngicas, problema já observado em outubro em áreas produtoras da Bahia e do Espírito Santo, o que tende a reduzir produtividade e rentabilidade, além de elevar os custos de controle fitossanitário.
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