Economia

Alckmin defende cotas de importação de aço pelos EUA

Vice-presidente defende diálogo pois, dessa forma, Brasil poderia exportar determinada quantidade de aço e alumínio sem pagar a íntegra da taxação

Alckmin defende cotas de importação de aço pelos EUA Alckmin defende cotas de importação de aço pelos EUA Alckmin defende cotas de importação de aço pelos EUA Alckmin defende cotas de importação de aço pelos EUA
Alckmin / Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alckmin / Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu, nesta quarta (12), cotas de isenção para o aço e alumínio enviados para os Estados Unidos. Dessa forma, o Brasil poderia exportar determinada quantidade de aço e alumínio sem pagar a íntegra da taxação. 

Alckmin disse ainda que vai procurar as autoridades norte-americanas para negociar os 25% sobre as importações impostas pelo presidente Donald Trump.

“Sempre é um bom caminho a gente buscar o ganha-ganha”, defendeu Alckmin após evento no Palácio do Planalto.

O vice-presidente lembrou que os Estados Unidos têm um superávit de US$ 7,2 bilhões com o Brasil, ou seja, vendem mais bens e serviços do que compram. Além disso, segundo ele, a taxa de importação final do Brasil para produtos norte-americanos é baixíssima, de 2,7%. Juntamente com isso muitos produtos importados têm alíquota zero, como máquinas e equipamentos.

“Então, nós vamos dialogar para buscar um bom entendimento sobre o aço. Não tem guerra tributária, tem entendimento baseado no interesse público”.

(A taxação) não foi contra o Brasil. A alíquota sobre o aço foi imposta para o mundo inteiro. Então, ela não foi discriminatória. Estados Unidos são um importante parceiro comercial do Brasil, não é o maior, o maior é a China, mas é para ele que nós exportamos (equipamentos com) valor agregado. Avião, equipamentos, e de outro lado, é o maior investidor no Brasil. Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil

Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio. Contudo, depois concedeu cotas de isenção para parceiros, incluindo Canadá, México e Brasil, que são os principais fornecedores para os Estados Unidos. 

Segundo o vice-presidente, a intenção é tentar manter as cotas como o Brasil tem hoje.

Reciprocidade

Já o presidente Lula disse, na semana passada, que o Brasil pode aplicar a lei da reciprocidade, aumentando as taxas de produtos americanos consumidos pelo Brasil.

“O mínimo de decência que merece um governo é utilizar a lei da reciprocidade”, disse em entrevista a rádios de Minas Gerais.

Segundo dados da Administração de Comércio Internacional do governo dos EUA, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para o país em 2024. Perdeu apenas para o Canadá. Já um levantamento do Instituto do Aço Brasil, com base em dados oficiais, mostra que os EUA foram o principal destino do aço do país. Foram 49% de todo o aço exportado pelo país em 2023.