Economia

Alta nos combustíveis pressiona mais inflação das famílias mais ricas, diz instituto

Entre os brasileiros considerados de renda muito baixa, a inflação acelerou de 0,21% em janeiro para 0,67% em fevereiro

Alta nos combustíveis pressiona mais inflação das famílias mais ricas, diz instituto Alta nos combustíveis pressiona mais inflação das famílias mais ricas, diz instituto Alta nos combustíveis pressiona mais inflação das famílias mais ricas, diz instituto Alta nos combustíveis pressiona mais inflação das famílias mais ricas, diz instituto
Foto: Divulgação

A alta no preço dos combustíveis afetou mais as famílias mais ricas em fevereiro, mas a inflação acumulada em 12 meses ainda é muito mais elevada entre os mais pobres, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Entre os brasileiros considerados de renda muito baixa, a inflação acelerou de 0,21% em janeiro para 0,67% em fevereiro. Na faixa de renda mais elevada, a inflação percebida saiu de 0,29% em janeiro para 0,98% em fevereiro. Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, encerrou o mês de fevereiro com avanço de 0,86%, ante uma elevação de 0,25% em janeiro.

No mês de fevereiro, o aumento na despesa das famílias com o grupo transportes, turbinado pela alta de 7,1% nos preços dos combustíveis, deu a maior contribuição inflacionária em todos os segmentos de renda.

“No caso das famílias de renda mais baixa, além dos combustíveis, os reajustes de 0,33% do ônibus urbano e de 0,56% do trem explicam a pressão exercida por esse grupo. Em contrapartida, para as famílias de renda mais alta, a queda de 3,0% nos preços das passagens aéreas ajudou a atenuar o aumento dos combustíveis”, ressaltou a técnica do Ipea Maria Andréia Parente Lameiras, na Carta de Conjuntura que trata do indicador, divulgada nesta terça-feira, 16.

O Ipea acrescenta que a inflação percebida pelos mais pobres foi pressionada também em fevereiro pelos gastos maiores com habitação, devido aos aumentos de 0,66% nos aluguéis, de 1,0% na taxa de água e esgoto e de 3,0% no botijão de gás. Por outro lado, as famílias de renda mais alta perceberam uma pressão maior do grupo educação, em consequência do reajuste de 3,1% nas mensalidades escolares.

O resultado acumulado em 12 meses pelo IPCA foi de 5,20% em fevereiro. No entanto, a inflação percebida pelos mais pobres foi de 6,75% no período, quase o dobro da sentida pelos mais ricos, de 3,43%. Embora os preços dos alimentos tenham subido menos em fevereiro, o aumento acumulado em 12 meses ainda impacta a inflação dos mais pobres, explicando boa parte dessa distância para o resultado dos mais ricos.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.650,50 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 16.509,66, no caso da renda mais alta.