Economia

Aneel faz leilão em junho para nova linha de transmissão de energia no ES

O 5º lote prevê a interligação entre Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, com um total de 1.006 quilômetros de extensão. Expectativa é gerar 29,4 mil empregos

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Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) marcou para 30 de junho um leilão para a construção de 6.184 km de linhas de transmissão e 400 MVA (megavolt-amperes) em capacidade de transformação de subestações. O Espírito Santo está entre os estados brasileiros contemplados com os investimentos, que foram estimados na ordem de R$ 15,8 bilhões.

A expectativa com a iniciativa é de geração de 29,4 mil empregos. Segundo as áreas técnicas envolvidas, o leilão provavelmente atrairá o maior montante de investimentos já alcançado por um certame do gênero promovido pela Agência. O leilão está marcado para acontecer na sede da B3, em São Paulo.

Os empreendimentos, com prazo de conclusão entre 36 e 66 meses, contemplarão os seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.

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O 5º lote, previsto para interligar o Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, tem prazo de conclusão de 66 meses. Ele prevê uma linha com 1.006 quilômetros de extensão ao todo, ligando a subestação de Viana, na Grande Vitória, e a de João Neiva, ao Norte do Estado, até as subestações de Medeiros Neto, Poções e Morro do Chapéu, no Estado da Bahia.

Segundo a Aneel, a minuta do edital e a documentação referentes aos seis lotes ficaram em consulta pública no período de 1º de dezembro de 2022 a 16 de janeiro deste ano. Das 237 contribuições recebidas, as áreas técnicas sugeriram acolher, integral ou parcialmente, 142.

O texto aprovado pela Aneel segue nos próximos dias para apreciação do Tribunal de Contas da União. A previsão é que o edital seja aprovado pela Diretoria da Aneel em maio de 2023, inclusive com eventuais ajustes sugeridos pelo TCU.

O que diz a Findes

Foto: Divulgação/Findes

Sobre o assunto, Gustavo Barbosa, presidente do Conselho de Infraestrutura e Energia da Findes (Coinfra), o leilão a ser realizado possibilitará conectar projetos de geração eólica e solar capixabas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Fortalecer a infraestrutura energética do Espírito Santo é uma importante ferramenta para a atração de indústrias e para o desenvolvimento regional do Estado. O leilão da Aneel para novas linhas de transmissão de energia e expansão da rede é um passo fundamental nesse processo. O Conselho de Infraestrutura e Energia da Findes (Coinfra) da Findes contribuiu com análises técnicas, em audiências públicas, para a elaboração do edital e acompanha de perto o tema”, disse Barbosa.

Segundo ele, das quatro instalações previstas, duas serão para o Espírito Santo, juntas elas totalizam 354 km em linhas. 

São elas: a Linha de Transmissão (LT) 500 kV Medeiros Neto II – João Neiva 2 C2, CS (276 km de extensão); e a LT 500 kV João Neiva 2 – Viana 2, C2 (78 km de extensão). A previsão é de que entrem em operação comercial no final de março de 2029.

Economista explica que linhão traz energia com segurança e velocidade

O economista Antônio Marcus Machado, mestre em Administração e Estratégia, comentou a importância do novo linhão de transmissão da Aneel. Para contextualizar, o especialista explicou que a energia consumida pelo usuário nem sempre é gerada no local de consumo. “Por isso a importância. Assim se transporta esta energia com segurança, estabilidade e velocidade”, disse.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

“É muito importante porque estamos vivendo um momento chamado de, em inglês, ICT: innovation, communication, technology (inovação, comunicação e tecnologia), então estamos em um mundo em que a velocidade da comunicação entre os atores de mercado é importantíssima. Não só a velocidade, mas a segurança, a estabilidade dessa velocidade, já que não adianta ser muito rápida em uma parte do dia e lenta no outro”, descreveu.

Para ele, esta é uma notícia muito boa, que beneficiará tanto o setor de serviços, como hotelaria, restaurantes e bares; como a indústria, o comércio e a agricultura. “Então é fundamental porque hoje precisamos imensamente da comunicação entre as pessoas, indústria, agentes do setor público, com velocidade, equilíbrio e segurança. Agora se isso vai chegar no valor da conta de luz, para diminuir, é uma questão de custo. Isso exige um grande investimento e ele vai ser amortecido ao longo do tempo”, acrescentou.

Machado explicou que o linhão será importante tanto para a transmissão de energia quanto para as comunicações e que este investimento representa o futuro.