Economia

Antecipação do 13º do RGPS piorou resultado de junho, diz secretário do Tesouro

Antecipação do 13º do RGPS piorou resultado de junho, diz secretário do Tesouro Antecipação do 13º do RGPS piorou resultado de junho, diz secretário do Tesouro Antecipação do 13º do RGPS piorou resultado de junho, diz secretário do Tesouro Antecipação do 13º do RGPS piorou resultado de junho, diz secretário do Tesouro

O resultado primário registrado pelo Governo Central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) veio pior do que nos meses anteriores e foi impactado por questões como a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas, que foram pagos em maio, junho e julho neste ano. A análise é do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.

Em junho, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 73,553 bilhões, o segundo pior desempenho para o mês da série histórica, que tem início em 1997, atrás apenas de junho de 2020, quando o rombo foi de R$ 211,117 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. “Temos recuperação no resultado primário em 12 meses”, destacou Bittencourt.

Em 12 meses até junho, o governo central apresenta um déficit de 401,0 bilhões, equivalente a 4,7% do PIB. A meta fiscal proposta pela equipe econômica para este ano admite um déficit de até R$ 247,118 bilhões, mas despesas como o combate à pandemia não entram na conta.

Meta

O secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, disse que vê com bons olhos a possibilidade de reduzir o valor do déficit projetado na meta fiscal “para qualquer ano”.

Ontem, o Broadcast revelou que a equipe econômica deve reduzir a meta fiscal para 2022, recém-aprovada em déficit de R$ 170,5 bilhões. O corte pode ficar entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões.

Além de incorporar a melhora da arrecadação, a medida teria potencial para frear o ímpeto do Congresso de aprovar benesses que signifiquem renúncia de receitas – inclusive na reforma tributária.

Bittencourt disse que não comentaria especificamente os dados da reportagem e ressaltou que ainda há “muitos temas em aberto para 2022” e que precisam ser endereçados antes de qualquer decisão.

O secretário ressaltou diversas vezes, porém, que a revisão da meta no sentido de apontar uma aceleração da consolidação fiscal é vista com bons olhos pela equipe. “Sempre que pudermos alterar meta para melhorá-la, isso será visto com bons olhos”, disse Bittencourt.

Como mostrou o Broadcast, com a revisão da meta de 2022, seria a primeira vez que o governo melhora oficialmente a trajetória esperada para o resultado primário. Em 2016, quando o governo Michel Temer fixou pela primeira vez uma meta fiscal negativa de R$ 170,5 bilhões, a previsão era de uma redução gradual no rombo nos anos seguintes, mas a velocidade da melhora frustrou expectativas. Desde então, as metas de 2017 e 2018 foram alteradas para pior, a de 2020 foi afastada devido à calamidade provocada pela pandemia de covid-19, e o alvo para 2022 também acabou ficando mais negativo que os R$ 127,5 bilhões indicados inicialmente pelo governo.

A revisão da meta fiscal para 2022 é considerada pela área econômica uma direção correta e até um “caminho natural”, uma vez que a receita extra não pode ser empregada em novas ações do governo devido ao teto de gastos, outra regra fiscal que limita o avanço das despesas à inflação.