Economia

Ao contrário de seus pares, Lasier Martins pede aprovação da reforma com ajuste

Ao contrário de seus pares, Lasier Martins pede aprovação da reforma com ajuste Ao contrário de seus pares, Lasier Martins pede aprovação da reforma com ajuste Ao contrário de seus pares, Lasier Martins pede aprovação da reforma com ajuste Ao contrário de seus pares, Lasier Martins pede aprovação da reforma com ajuste

Brasília – O senador Lasier Martins (PSD-RS) apresentou seu voto em separado para a reforma trabalhista e, ao contrário dos demais senadores, o parlamentar gaúcho pede a aprovação da reforma, mas com cinco ajustes. No documento entregue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador faz apelo aos colegas para que o Senado cumpra o papel de “Casa revisora”.

“A Constituição Federal, no seu artigo 65, estabelece que o projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra. Havendo discordância em relação à proposição, a Casa revisora pode e deve realizar as modificações que entender necessárias para o seu aperfeiçoamento ou simplesmente rejeitá-la, conforme o caso”, disse o senador durante a leitura do voto na CCJ, que, durante boa parte do tempo, contou apenas com a presença de Lasier e da senadora Lidice da Mata (PSB-BA), além do presidente da comissão Edison Lobão.

No voto, o senador diz que “parece evidente que o projeto necessita de modificações, pontuais, a fim de refletir a real vontade do legislador”. “O fato é que o Senado Federal não pode abrir mão do seu papel constitucional de revisar as matérias que lhe são submetidas, em virtude de suscetibilidades provocadas pela conjuntura política do momento”, cita o senador.

Entre as alterações, o senador propõe supressão do artigo 611-A que prevê que as negociações valerão sobre o legislado. O argumento é que a Constituição já prevê que as negociações têm força de lei. Outra sugestão do senador gaúcho é que também seja retirado o artigo que muda as regras de trabalho insalubre de gestantes e lactantes.

Lasier Martins sugere ainda que seja alterado o fim do imposto sindical com fim gradual da contribuição. “A nosso ver, o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical não deve ocorrer de maneira abrupta, pois os sindicatos devem ter tempo hábil para se adaptar a esta nova situação, sobretudo aqueles que, de fato, prestam um serviço adequado aos seus filiados”, cita o senador.

O senador também pede derrubada do novo contrato de trabalho intermitente. “Caso esse instituto seja regulamentado do modo que se encontra na proposta encaminhada pela Câmara, o trabalhador não poderá programar adequadamente nem os dias e horários de trabalho, nem saberá quanto receberá ao final do mês, o que causa uma instabilidade na sua vida, além de projetar efeitos reflexos sobre o recolhimento previdenciário, que sofrerá diminuição na sua arrecadação”, disse o senador.

A quinta e última sugestão de Lasier Martins é a derrubada do artigo que possibilita a jornada de 12 horas de trabalho com 36 horas de descanso. “A previsão de que acordo individual estabeleça a chamada jornada de 12 horas por 36 horas ininterruptas de descanso, até por acordo individual, deve ser regulamentada com mais cuidado e ser objeto de mais discussão no Congresso Nacional. A forma como proposta pelo projeto não protege adequadamente o trabalhador”, citou o senador.