Economia

Apesar de rombo em junho com covid, Tesouro destaca declínio de gasto ordinário

Apesar de rombo em junho com covid, Tesouro destaca declínio de gasto ordinário Apesar de rombo em junho com covid, Tesouro destaca declínio de gasto ordinário Apesar de rombo em junho com covid, Tesouro destaca declínio de gasto ordinário Apesar de rombo em junho com covid, Tesouro destaca declínio de gasto ordinário

Apesar de um rombo de R$ 73,5 bilhões no mês de junho, influenciado pelas despesas extras para combater efeitos da pandemia de covid-19, o Tesouro Nacional destacou que os demais gastos ordinários do governo seguem sob controle e mantêm a “trajetória declinante” no acumulado em 12 meses. O órgão ressaltou ainda que, mesmo com a recente melhora na arrecadação, há um caminho a ser percorrido ainda na direção de um nível de endividamento mais prudente para o País.

Para o Tesouro, o quadro atual é fruto da manutenção e do respeito às regras fiscais, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o teto de gastos, que limita o avanço das despesas à inflação. Os gastos da pandemia foram feitos com base em exceções previstas nesses dispositivos, enquanto as despesas normais se mantiveram sob o guarda-chuva das normas.

“O nosso arcabouço fiscal permitiu que houvesse uma expansão necessária e sem precedentes dos gastos públicos para o enfrentamento da pandemia, ao mesmo tempo em que manteve a confiança dos agentes econômicos na sustentabilidade das contas públicas. O comportamento da despesa primária ex-covid mostra a importância das regras fiscais em vigor para evitar que despesas temporárias de combate à pandemia se transformem em despesas permanentes”, afirmou o Tesouro.

O déficit do mês passado ficou acima do esperado pelos analistas, segundo a mediana das expectativas do Prisma Fiscal, que apontava um rombo de R$ 56,9 bilhões em junho.

Segundo o Tesouro, é preciso observar o comportamento das despesas ordinárias não relacionadas ao enfrentamento da covid-19 no quadro das finanças públicas deste período atípico.

“Apesar dos pagamentos vinculados à pandemia terem gerado uma despesa adicional acumulada de R$ 609 bilhões, em termos reais, de março de 2020 até junho de 2021, as despesas primárias totais não relacionadas à covid-19 mantiveram trajetória declinante no acumulado em 12 meses em termos reais”, afirmou o órgão.

Além da LRF e do teto, o Tesouro cita ainda a Lei Complementar 173, que estabeleceu travas temporárias ao aumento de gastos, inclusive com reajustes de salários de servidores.

“Estas regras, isoladamente ou combinadas, contribuíram para o Brasil ter iniciado um processo de recuperação dos seus resultados fiscais e serão essenciais para a possibilidade de manutenção desta trajetória nos próximos anos”, disse o órgão.

Na avaliação do Tesouro, a manutenção dessas regras é “fundamental” para que seja possível convergir o endividamento público brasileiro para níveis prudenciais e garantir os fundamentos para o crescimento econômico sustentável.

“Apesar dos avanços recentes no desempenho da arrecadação, o País ainda dispõe de um caminho a ser percorrido para alcançar níveis prudentes de endividamento. É preciso a manutenção da política fiscal responsável para que o País disponha do benefício de ter juros baixos e de um ambiente propício para investimento privado e geração de emprego e renda de forma sustentável”, disse o órgão.