Economia

Após afastamento de juiz, Justiça transfere caso Eike para 10º Vara Criminal

Após afastamento de juiz, Justiça transfere caso Eike para 10º Vara Criminal Após afastamento de juiz, Justiça transfere caso Eike para 10º Vara Criminal Após afastamento de juiz, Justiça transfere caso Eike para 10º Vara Criminal Após afastamento de juiz, Justiça transfere caso Eike para 10º Vara Criminal

Rio – Depois de uma semana de polêmicas envolvendo a guarda dos bens do empresário Eike Batista, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região redistribuiu nesta segunda-feira, 2, os processos criminais contra o empresário.

Os autos foram transferidos da 3ª Vara Federal Criminal e agora tramitam na 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, cujo titular é o juiz Marcelo Luzio Marques Araújo.

A medida atendeu a determinação da ministra Nancy Andrighi, corregedora nacional de justiça, que na quinta-feira passada ordenou o afastamento do juiz titular da 3ª Vara Criminal, Flávio Roberto de Souza, do caso.

A determinação da ministra foi motivada pelo fato de o juiz ter sido flagrado ao volante do Porsche Cayenne turbo apreendido na casa de Eike pela Polícia Federal como parte das medidas cautelares do processo.

A polêmica envolveu também a posse de outros bens, como um piano levado para a casa de um vizinho do magistrado, na zona oeste do Rio. A ministra considerou um risco o “juiz manter em sua posse patrimônio particular”.

O fundador do grupo X é réu em duas ações penais na Justiça Federal do Rio. Eike é acusado de uso de informação privilegiada e manipulação de mercado na negociação de ações da petroleira OGX e da empresa de construção naval OSX.

Outras duas denúncias do Ministério Público Federal (MPF) contra o empresário e ex-executivos da OGX estão pendentes de análise. Caberá agora ao juiz da 10ª Vara Criminal decidir se aceita ou não as acusações, abrindo novos processos.

Na tarde desta segunda-feira, a 2ª Turma Especializada do TRF julgará o pedido de exceção de suspeição de Flávio Roberto de Souza apresentado pela defesa do ex-bilionário. Apesar do afastamento de Souza já ter sido determinado pelo CNJ em âmbito administrativo, o caso tem que ter também uma definição processual.

Na Sexta-feira passada, Souza encaminhou à Corregedoria Nacional um pedido de licença médica para se afastar do cargo por 15 dias. Ele será examinado nesta terça-feira pela junta médica do tribunal.

Os bens apreendidos e levados para o condomínio do juiz federal foram devolvidos aos seus proprietários, que permanecerão como fiéis depositários dos pertences até posterior decisão da Justiça Federal.

Além do piano, que voltou para a casa de Eike, uma Range Rover teve a guarda devolvida a um dos filhos do empresário, Thor Batista. Os bens foram entregues na sexta-feira à noite.

O TRF informou que os demais automóveis apreendidos, como o Lamborghini Aventador, permanecerão no pátio da Justiça Federal, no centro do Rio, até uma nova decisão. Outros bens como dinheiro em espécie, joias e outros objetos, foram destinados à guarda do Banco Central e da Caixa Econômica Federal.