Economia

Após críticas, relator do PLDO 2019 mantém solução para cumprir regra de ouro

Após críticas, relator do PLDO 2019 mantém solução para cumprir regra de ouro Após críticas, relator do PLDO 2019 mantém solução para cumprir regra de ouro Após críticas, relator do PLDO 2019 mantém solução para cumprir regra de ouro Após críticas, relator do PLDO 2019 mantém solução para cumprir regra de ouro

Após as consultorias de Orçamento do Congresso tecerem duras críticas à alternativa do governo para cumprir a chamada “regra de ouro” no envio do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o relator da proposta, senador Dalírio Beber (PSDB-SC), manteve o texto nos moldes enviados pela equipe econômica.

A regra de ouro impede a emissão de dívida para o pagamento de despesas correntes, como salários. Com um rombo de aproximadamente R$ 260 bilhões na norma em 2019, o governo enviou o PLDO com despesas condicionadas à aprovação de um crédito suplementar no ano que vem. Esse crédito é a única exceção que permite a emissão de dívida para o pagamento de despesas correntes.

As consultorias argumentaram que o mecanismo de condicionamento de despesas no PLDO seria inconstitucional, uma vez que a exceção da regra de ouro vale apenas para o período de execução orçamentária (ou seja, já durante o exercício). Além disso, elas alertaram para o risco político de o próximo presidente depender do Congresso Nacional para aprovar um crédito de R$ 260 bilhões, sob pena de não conseguir pagar despesas como salários ou benefícios previdenciários.

“As consultorias fizeram corretamente. Numa análise fria, a regra de ouro poderia ser movimentada apenas na execução (orçamentária)”, disse Beber. “Mas os números da economia são tão aterrorizantes que não podemos tapar o sol com a peneira. Precisamos discutir essa questão agora. Até mesmo com o Executivo se manifestando em relação ao que deve ser feito”, afirmou.

O senador garantiu que a regra de ouro no ano que vem só vai ser flexibilizada por meio do crédito suplementar. Mas a proposta prevê que o próximo presidente da República deverá apresentar um plano de revisão de despesas e receitas, inclusive reduzindo renúncias tributárias, até o fim do primeiro trimestre de 2019. A intenção é diminuir o buraco na regra de ouro, que deve perdurar pelo menos até 2021.

Beber garantiu que, apesar da pressão de grupos de interesse para evitar o corte de benefícios fiscais e tributários, o Congresso vai colaborar nesse processo. “O compromisso de reduzir e estabilizar economia não é só do Executivo, é do Legislativo também”, disse.