Economia

Ata cita possibilidade de 'forward guidance' ser retirado em breve

Ata cita possibilidade de ‘forward guidance’ ser retirado em breve Ata cita possibilidade de ‘forward guidance’ ser retirado em breve Ata cita possibilidade de ‘forward guidance’ ser retirado em breve Ata cita possibilidade de ‘forward guidance’ ser retirado em breve

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 15, detalha as avaliações do colegiado sobre a manutenção do “forward guidance” – prescrição futura no jargão em inglês – na decisão que manteve a taxa Selic em 2,00% ao ano na semana passada. O comitê explicou ainda a sinalização de que esse instrumento poderá ser retirado em breve.

Desde agosto, o Copom passou a usar um “forward guidance”, se comprometendo a não elevar os juros de acordo com três condições que, segundo a diretoria do BC, seguem satisfeitas: projeções de inflação abaixo da meta no horizonte relevante, manutenção do regime fiscal e expectativas de longo prazo ancoradas.

Assim como no comunicado da semana passada, a ata de hoje adiantou que as próximas reuniões do Copom podem culminar com a retirada do “forward guidance” devido à convergência das expectativas e projeções de inflação para a meta. Isso pode acontecer pela elevação das projeções para 2021 e pelo aumento do peso de 2022 no horizonte relevante da política monetária.

“Assim sendo, o Comitê decidiu adicionar à sua comunicação que, embora haja a possibilidade de o forward guidance ser retirado em breve, isso não implicaria mecanicamente aumento de juros”, voltou a enfatizar o BC.

O Banco Central explicou novamente que, em caso de retirada do “forward guidance”, a análise do Copom voltaria a seguir o receituário do regime de metas para a inflação, sendo baseada na avaliação da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos.

A ata repete a avaliação do colegiado de que o atual nível de estímulo monetário produzido pela Selic em 2,00% ao ano junto com o “forward guidance” é adequado. “O Copom ponderou que, neste momento, a assimetria altista no balanço de riscos causada pelos riscos fiscais é suficiente para compensar o fato de seu cenário básico projetar inflações abaixo da meta no horizonte relevante”, completou o documento.

Mais uma vez, o Copom alertou para eventuais medidas que burlem o teto de gastos, ainda que a regra fiscal seja formalmente mantida. A ata repete que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal seriam suficientes para a reavaliação dessa cláusula do “forward guidance”.