Economia

Atual política de conteúdo local prejudicou os contratantes, diz Parente

Segundo ele, a quantidade de itens e a política de perdão às empresas tem viés punitivo e de proteção de mercado, sem estimular novos fornecedores e a inovação dos produtos

Atual política de conteúdo local prejudicou os contratantes, diz Parente Atual política de conteúdo local prejudicou os contratantes, diz Parente Atual política de conteúdo local prejudicou os contratantes, diz Parente Atual política de conteúdo local prejudicou os contratantes, diz Parente
 O executivo defendeu a realização de novos leilões de áreas do pré-sal para reaquecer a economia no País. Foto: Agência Brasil

Rio – O presidente da Petrobras, Pedro Parente, fez novas críticas à política de conteúdo local no País, indicando que o atual modelo prejudica as petroleiras. Segundo ele, a quantidade de itens e a política de perdão às empresas tem viés punitivo e de proteção de mercado, sem estimular novos fornecedores e a inovação dos produtos. O executivo defendeu a realização de novos leilões de áreas do pré-sal para reaquecer a economia no País.

“Nós somos totalmente a favor da política de conteúdo local, mas existem problemas na política atual. Ela prejudicou os contratantes”, afirmou Parente em seminário organizado pelo Bradesco, no Rio. Segundo ele, a Petrobras está disposta a “contribuir com nossa visão para uma nova política que de fato atenda a indústria nacional”.

Entre as críticas, Parente indicou a falta de entendimento sobre a aplicação de waiver, o perdão ao descumprimento da meta de conteúdo local em determinados itens, e o próprio conceito da política. “Conteúdo local é produzido no Brasil, gera emprego e renda, independentemente da nacionalidade do investidor”, frisou.

O executivo ainda criticou o perfil “extremamente punitivo” da política. “Ela não foi capaz de desenvolver, não estimulava a chegada de novos e bons fornecedores. Era protecionista e não estimulava a inovação”, resumiu.

“Uma boa política deve ter lado punitivo, mas também de premiação. Existe espaço, bastante espaço, para desenvolver política de conteúdo local inteligente, efetiva, que vai ajudar muito o nosso País. Sei que o governo está pensando em uma linha positiva nesse tema”, completou Parente.

O executivo também defendeu a realização de novos leilões para reaquecer a economia do País. “Novos leilões, assim como nossos desinvestimentos, vão animar muito a economia, vão apresentar novos parceiros dispostos a fazer investimentos, como foi o caso de Carcará”, completou.

Combustíveis

O presidente da Petrobras sinalizou preocupação com a perda de participação no mercado de revenda de combustíveis no País, em função dos atuais patamares de preços de combustíveis. Segundo ele, a companhia vai praticar preços com “objetivos empresariais”, indicando que pode rever a posição atual, com preços acima do mercado.

Desde o último ano, a companhia tem vendido preços de gasolina e diesel a preços mais altos que o mercado internacional, como forma de recuperar as perdas acumuladas entre 2011 e 2014. No período, a companhia praticava preços abaixo do mercado internacional, para evitar impactos na inflação.

“Preços de combustíveis estão liberados e vamos operar essa política com vistas a objetivos empresariais”, indicou Parente. “Podemos ter reflexo no market share, já tem volume de importações de diesel. Não é dizer que estamos soberanos e sozinhos no mercado, mas que temos que operar de acordo com interesses empresariais”, reforçou.

Parente também evitou comentar a análise de preços internacionais de petróleo, mas sinalizou que espera uma estabilização a partir do próximo ano. “Neste momento, temos uma relação de oferta e demanda pendendo mais pelo lado da oferta. Nós achamos que uma pressão maior de demanda reequilibrando essa relação deve ocorrer a partir de 2017. A que níveis, não vou arriscar”, indicou.