Economia

Barclays diz que aumento do desemprego pode elevar retração do PIB

Barclays diz que aumento do desemprego pode elevar retração do PIB Barclays diz que aumento do desemprego pode elevar retração do PIB Barclays diz que aumento do desemprego pode elevar retração do PIB Barclays diz que aumento do desemprego pode elevar retração do PIB

São Paulo – O aumento da taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, acompanhado da retração da renda real dos trabalhadores, confirma a percepção do Barclays de que o mercado de trabalho brasileiro deve seguir se deteriorando durante todo o ano, o que poderá impactar em uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) maior do que a de 1,1% projetada pelo banco britânico para 2015. A avaliação consta em relatório assinado pelo economista para Brasil da instituição, Bruno Rovai.

Em março, a taxa de desemprego subiu para 6,2%, ante 5,9% em fevereiro e 5% em igual mês de 2014, enquanto o rendimento médio real dos trabalhadores recuou 2,8% ante fevereiro e 3% na comparação com março do ano passado. “Continuamos a perceber os riscos de que, se o mercado de trabalho continuar a se deteriorar durante todo o ano e o rendimento disponível cair, isso deve impor mais pressão de queda sobre as perspectivas de consumo das famílias”, afirma Rovai no relatório.

No documento, o economista ressalta que o aumento do desemprego em março foi causado principalmente pelo crescimento da população desocupada e pela redução dos inativos, sugerindo que um maior número de trabalhadores resolveu voltar a procurar empregos no País. “As implicações para o crescimento são a de que a recessão para o Brasil este ano pode ser mais profunda do que nossas expectativas atuais, de -1,1%, e que o consumo das famílias deverá se contrair mais do que nossa previsão de -0,1%”, destaca o Barclays.

A instituição espera que o Banco Central aumente a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano, na reunião que acaba nesta quarta-feira, em consonância com a inflação maior do que esperado e com o discurso razoavelmente “hawkish” adotado recentemente por dirigentes do BC. Para o Barclays, o BC só deve encerrar o ciclo de alta de juros em junho, quando a perspectiva de PIB fraco, combinada com inflação relativamente estável e melhor superávit primário, deverá pesar mais sobre a decisão da autoridade monetária.