Transferência do Drex
Projeto do Drex deve continuar sendo desenvolvido no ano que vem, segundo o Banco Central. Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Banco Central informou que vai começar do zero a construção de uma nova infraestrutura para o Drex, a moeda digital brasileira. O anúncio foi em uma reunião com participantes do projeto-piloto do Drex. A autarquia comunicou anteriormente que a fase três do projeto não usaria a tecnologia blockchain. Por isso, a rede Hyperledger Besu – que seria a base do Drex – deixa de funcionar a partir da próxima segunda-feira, 10.

O desligamento pelo BC da plataforma de tecnologia de registro distribuído (DLT), das duas primeiras fases piloto do Drex, atendeu a uma demanda do mercado. A justificativa tem como base o alto custo da manutenção da plataforma.

A decisão considerou a ausência de previsão de uso da plataforma na próxima etapa do projeto, a fase três. Isso, uma vez que sua aplicação é exclusivamente para os testes das fases um e dois do piloto, já encerrados.

O BC disse aos integrantes dos consórcios que realizaram testes nas duas primeiras fases do projeto que vai discutir com o mercado novas possibilidades para a infraestrutura digital. A instituição não confirmou a reunião e o seu teor até a publicação desta reportagem.

A entrega do relatório da fase dois do Drex, previsto para outubro, está prevista para ocorrer no início de 2026. A segunda etapa de testes se debruçou sobre 13 temas para avaliar casos de uso do real digital.

Continuidade do Drex

A fase três deve dar continuidade aos estudos sobre casos de negócios para o Drex, mas desta vez com uma questão específica. Ou seja, a eficiência do uso de ativos como garantia em operações de crédito. O direcionamento é para que aplique-se à etapa uma abordagem agnóstica quanto a tecnologia, ou seja, sem uma pré-definição. As discussões dessa fase estão previstas para começar no início do ano que vem.

A longo prazo, o objetivo com o Drex segue o de garantir um ambiente interoperável para ativos tokenizados, no qual a moeda de liquidação das transações seja uma moeda do BC. A reportagem apurou que ainda não há definição de quantas fases no total irão compor o projeto-piloto do Drex. Ainda não há decisão sobre a possibilidade de uso de blockchain em etapas seguintes.

Promessa

Anunciada em 2023, a moeda digital do BC chegou com a promessa de desenvolver novos trilhos para o mercado financeiro. A ideia é construir uma infraestrutura para transações mais eficientes entre instituições. De início, a rede blockchain, que é a base em que são emitidos os criptoativos, também sustentaria o Drex.

Na gestão de Gabriel Galípolo na autarquia as pretensões diminuíram, e o foco do piloto será especificamente no uso de ativos digitais para reduzir custos operacionais na cessão de crédito.