Economia

Bitcoin bate novo recorde: veja os fatores por trás da alta aos US$ 111 mil

Segundo analistas, força do bitcoin surge em momento de alívio das tensões macroeconômicas com o avanço dos acordos comerciais e a possibilidade de um cessar fogo entre Ucrânia e Rússia

Olhar mais atento do mercado e momento econômico mundial são apontadas como razões da alta do bitcoin. Crédito: Divulgação.
Olhar mais atento do mercado e momento econômico mundial são apontadas como razões da alta do bitcoin. Crédito: Divulgação.

O bitcoin atingiu seu valor máximo histórico na madrugada desta quinta-feira (22). A maior criptomoeda em valor de mercado foi negociada a US$ 111,6 mil (R$ 630,54 mil). Já pela manhã, o ativo digital apresentou um leve recuo, mas ainda acima dos US$ 111 mil.

A força do bitcoin surge em um momento de alívio das tensões macroeconômicas com o avanço dos acordos comerciais bem como com a possibilidade de um cessar fogo entre Ucrânia e Rússia. “Esse ânimo mais leve dentro do mercado permitiu fluxos de capital mais intensos para a criptomoeda. Isso é observável nos ETFs, que já registram mais de US$ 3,6 bilhões em entradas este mês – valor não visto desde janeiro”, disse Beto Bernandes, analista da Foxbit.

A adoção da moeda como ativo de reserva estratégica pelas companhias também pressiona a cotação do bitcoin. No último dia 15, por exemplo, a Méliuz (CASH3) se tornou a primeira Bitcoin Treasury Company da América Latina. Ou seja, empresa cuja principal missão é o acúmulo de bitcoins. Nesse sentido, utiliza sua geração de caixa e estruturas corporativas e de mercado de capitais para ampliar a exposição ao ativo ao longo do tempo.

Bitcoin como reserva estratégica

A mudança viabiliza que a empresa realize investimentos em bitcoin como parte da sua estratégia de negócios. E como primeiro ato da “nova Méliuz”, a fintech comprou US$ 28,4 milhões na criptomoeda. Nesse sentido, esse valor equivale a cerca de R$ 160 milhões. Do mesmo modo, a empresa já tinha feito uma operação de compra de BTC em março deste ano. Nesse sentido, somada a essa nova aquisição, passa a deter 320,25 bitcoins.

“A Câmara do Texas também aprovou a terceira leitura do projeto que cria uma reserva de BTC estratégica. Caso aprovado, podemos ver uma ‘instituição grande’ fazendo aportes neste mercado”, acrescenta Fernandes. Do mesmo modo, com o interesse dos investidores pelo ativo, o bitcoin conseguiu se deslocar das bolsas de Nova York. Nesse sentido, na sessão de quarta-feira (20), o índice americano S&P 500 caiu 1,61%, enquanto o bitcoin ganhava fôlego. “Isso mostra que aos poucos os investidores começam a entender a tese de porto seguro apresentada pelo Bitcoin”, diz Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset. Com os recentes ganhos, o bitcoin acumula uma valorização de 18,6% em 2025.