Economia

BNDES nomeia diretor para cuidar de participações acionárias

Desde outubro do ano passado, quando o antigo diretor André Laloni pediu demissão, em meio a atritos com técnicos do banco sobre a melhor forma de acelerar as vendas de ações

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Foto: Divulgação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) formalizou nesta semana a nomeação de Bruno Laskowsky como diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto. O novo diretor comandará as ações relacionadas à bilionária carteira de participações do banco de fomento, que, antes da pandemia de covid-19, estavam focadas na venda de ações de grandes empresas, mas, no esforço de mitigar a crise, contribuirão no apoio a grandes companhias em dificuldade.

Desde outubro do ano passado, quando o antigo diretor André Laloni pediu demissão, em meio a atritos com técnicos do banco sobre a melhor forma de acelerar as vendas de ações, a diretoria de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto era acumulada por Leonardo Cabral, diretor de Privatizações. Sob o comando de Cabral, o BNDES vendeu todas suas ações ordinárias (ON, com voto) da Petrobras, por R$ 22 bilhões, em oferta no início de fevereiro.

A oferta das ações da Petrobras foi a última grande venda por parte do BNDES. Em 11 de março, quando o agravamento da crise econômica global por causa da pandemia já estava mais claro, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, sinalizou para a suspensão das vendas em meio à turbulência nos mercados financeiros, o que dificultava a tarefa de “encontrar preços de referencia para as ações”. Apenas no pregão de 9 de março, o BNDES viu o valor de mercado de sua carteira encolher em R$ 12 bilhões.

Laskowsky assume a diretoria já com o cavalo de pau dado. No fim de março, em uma das transmissões ao vivo pela internet em que anunciou medidas para mitigar a crise, Montezano anunciou que o pacote de apoio a grandes empresas – que começou a ser desenhado como um socorro às companhias aéreas, mas foi ampliado para outros setores e passou a incluir um sindicato de bancos privados coordenado pelo BNDES – poderia incluir emissões de títulos de dívida conversíveis em ações. Ou seja, com a crise, de vendedor, o BNDES poderá voltar a comprar participações acionárias.

O novo diretor desenvolveu sua carreira no mercado financeiro e imobiliário. Desde 2017, trabalhava no Credit Suisse, onde chegou a diretor-geral. Foi presidente da incorporadora Viver. Segundo o perfil de Laskowsky já publicado no site do BNDES, o executivo tem 28 anos de carreira e, “ao longo de sua carreira, gerenciou diretamente e transacionou mais de R$ 14 bilhões em ativos e já liderou dezenas de transações”. Arquiteto formado pela UFRJ, o novo diretor tem pós-graduação em finanças pelo Ibmec e mestrado na Coppead, pós-graduação em administração de UFRJ.